Depois de quebrar a barreira de um ano de blog...



Depois de publicar sobre belas garotas e rapazes virtuosos...



Histórias de amor...



Aventuras...



Adoráveis poesias...



Paisagens naturais...



Chegou a hora de nos despedirmos.

Espero que este singelo bloguinho tenha alcançado o seu desiderato enquanto durou. Foram mais de 330 publicações, alguns comentários, salutares debates, mas, principalmente muitos amigos.
Deixo aqui o meu abraço a todos vocês e concluo minhas vagas frases com a bela canção da despedida de Geraldo Vandré.

Eu quis ficar aqui, mas não podia
O meu caminho a ti, não conduzia
Um rei mal coroado,
Não queria
O amor em seu reinado
Pois sabia
Não ia ser amado
Amor não chora, eu volto um dia
O rei velho e cansado já morria
Perdido em seu reinado
Sem Maria
Quando eu me despedia
No meu canto lhe dizia

Quem manda no pilão é tio Zuza

Tio Zuza foi a pessoa mais pacata que se tem notícia, sua esposa se aproveitava de sua serenidade.

As irmãs de tio Zuza não se conformavam com a paciência dele em relação à sua mulher, que passava o dia na calçada enquanto o coitado se desdobrava com os serviços domésticos.

Um dia refletiu sobre isso depois de uma séria conversa com os familiares, resolveu se libertar daquela situação e com esse propósito saiu disposto.

A tarde se ouvia duas batidas num pilão só. Alguém disse que tio Zuza botou a mulher nos eixos.

A irmã dele se orgulhou.

Depois chegou ele cheio de moral na casa dos irmãos:

-Ouviram? ela passou a manhã todinha batendo pilão comigo.

No dia seguinte a peleja se seguiu. Então alguém teve a infeliz ideia de visitar a labuta de tio Zuza. De longe quando levantaram a cabeça por sobre a faxina de varas se percebeu tio Zuza segurando as duas mãos de pilão, batendo em um rítimo simétrico qual duas pessoas.

Com essa tranquilidade seguiu até os últimos dias, decepcionando os irmãos.

Aventura



Porteira conhecida como Apertada Hora, contam que uma mulher encantada aguardava os viajantes das bucólicas noites sertanejas.



Foi aí que descobrimos que o proprietário dessas terras vivia com sete mulheres ao mesmo tempo. sendo que quatro delas conviviam sob o mesmo teto.



Flagra: Marciel procurando um barranco

Expedição

Ontem o nosso blog participou de uma expedição pelas serras de minha terra natal, José da Penha/RN.

Apreciamos paisagens e ouvimos contos místicos que permeiam o imaginário popular.



Publicaremos, ainda hoje, fotos e histórias do belo passeio.

No Apertada Hora

José da Penha, pelas histórias afamadas, o canto da Caipora, a Casa das Sete Mulheres, no alto da Baixa Grande, nas trilhas íngremes da serra, encravado entre rochedos, o “Apertarda Hora”, lugar lindo, de águas correntes, curioso e místico.

Na cancela da passagem molhada, amarrada por arames entortados, varas de marmeleiro, sempre fechada, nas empreitas da noite, caladas da madruga, nunca a luz do dia, a Mística aparecia aos viajantes enfadados, dando-lhes passagem, sem apear, na apertada hora.

Loira, de grandes olhos, olhar penetrante, deusa da simpatia, a coragem fugia àqueles que lhe falavam, como resposta obtinham, não vingaria, a ira e o rancor, pois lhes aplacaria do coração o furor.

Mulher da cancela, apertada hora, viagem tranqüila, sonhos de vislumbre, mãos de fada, vestidos longos, permissão concedida, todavia renhida, se não garantida, abrir a porteira, sobrou nos ouvidos, de um viajante, apavorou o labutante, tornou-lhe errante nas veredas da serra, por atrevimento, escancarou a cancela.

Na ida ou vinda, subida ou descida, sempre na apertada hora, procuram guarida, buscam abrigo, encontram passagem, gentileza daquela que lhes cumprimentam, abrindo a cancela, sorrindo serena, cantando afagos, soltando os cabelos, rendendo esmeros, colhendo olhares, incutindo pavores, gerando temores, daquele lugar, recordo o momento, nos brios do dia, na guia do vento, quando subia, à diversão, nas quedas da água, no alto da serra.

O texto supra foi produzido pelo poeta e, agora expedicionário Marciel Antonio de Sales depois de uma aventura nas belas paisagens do município de José Da Penha.

O desespero que assola os homens.

"No mundo passais por aflições; mas tende bom ânimo, eu venci o mundo" (João 16.33). Jesus disse aos Seus discípulos que antes da vitória final "haverá Grande Tribulação, como desde o princípio do mundo até agora não tem havido, e nem haverá jamais" (Mateus 24.21). "Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, e sim como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus" (Efésios 5.15-16).

O texto abaixo foi publicado ontem no blog www.tiocolorau.zip.net, tecerei alguns comentários sobre isso em outra hora mais oportuna já que ontem fui vítima de uma situação análoga, porém muita mais danosa e grave.

O TERROR E O FIM DA CORDIALIDADE

Muito antes de Chico Buarque de Holanda encantar o mundo com sua poesia musical, o seu pai já era o respeitado advogado e jornalista Sergio Buarque de Holanda, intelectual reconhecido. Autor de diversas obras, figurando a clássica "Raízes do Brasil" como a mais conhecida delas. Sergio Buarque também foi o autor da conhecida teoria de "o brasileiro, o homem cordial". O autor viveu entre os anos de 1902 e 1982. Em 2009 a sua teoria precisaria passar por sensíveis transformações. O brasileiro mudou, e mudamos para pior. Uma mínima experiência pessoal me levou a essa reflexão que, ao mesmo tempo em que peca pela generalização, perdoa-se pelos sinais dos tempos nos noticiários. É a obviedade. A primeira vítima do terror, do temor, é a civilidade. O que passou-se. Raramente consigo acordar às 4:30h da manhã para dar uma corrida com amigos pela João da Escóssia, e hoje foi um desses dias. Após a corrida, por volta das 6 da manhã, fui a casa de um desses amigos, na Rua Moisés da Costa Lopes, no "perigoso" bairro da Nova Betânea, a duas quadras do meu escritório, que fica na própria João da Escóssia. Tomei banho e me vesti para o trabalho por ali mesmo. Sem a chave do prédio, que só abre as 8h, resolvi sentar na calçada da dita casa, fazendo uma hora e lendo um livro até que fosse o tempo de encontrar gente na Quixote. Trinta minutos de leitura depois e me vem um senhor, que parecia ser o dono da casa vizinha, enfurecido, me perguntando o que eu fazia ali, por que estava ali, para onde eu ia, quem eu estava esperando. Repito, enfurecido. Imaginei o temor que aquele homem deveria estar sentindo. Imaginei o que passou pela cabeça daquela pessoa, atormentada pelo que vê, lê e ouve. Expliquei que eu trabalhava na João da Escóssia e estava esperando o escritório abrir. Ele não se conteve. Dei-lhe um cartão desses, de visita comercial: Igor Rosado - Quixote Comunicação, com endereço, telefone, site, e-mail, só faltando dizer que o meu time é o Potiguar (o que poderia piorar a situação). Ele se acalmou. "Percebeu que nós não estamos na Índia e eu não sou um Dalit". Amuou-se, baixou a cabeça, vermelho não sei se de raiva, vergonha ou alivio de não estar na frente de um bandido que amarraria a sua família e roubaria seus bens. Entrou em sua casa sem dizer nada. Me sentei tranquilamente e continuei minha leitura. Poderia ter esbravejado ou ignorado a intriga. Na verdade, só pensava: a que ponto chegamos. Somos todos suspeitos? Não é só a segurança que a violência tira das pessoas. Ela toma também as melhores qualidades.

Os mártires da queda do FPM

Os prefeitos agora se alvoraçam tal e qual Mártires da inconfidência na vesperá do enforcamento por conta da queda no FPM.

A oposição que tanto criticou a carga tributária chama o governo para um novo pacto federativo inconformada com a situação de várias prefeituras exatamente por conta da minoração do famigerado excesso tributário.

Em momentos de bonanças os administradores locais, em grande parte, se comportam como o filho pródigo que gasta seu patrimônio com meretrizes. Contam que certa vez numa vaquejada no município de Dr. Severiano chegou um conhecido prefeito de nossa região em seu carro e logo depois uma camioneta com placa oficial trazia os cavalos. Contou a quantidade de vaqueiros que vinham consigo, multiplicou pelo valor da inscrição e com cheque da conta do FPM pagou o recreio seu e dos amigos.

É verdade que existe prefeitos que não coadunam com tal comportamento, no entanto o brasileiro não pode continuar pagando a conta da farra de alguns políticos nem a passagem do avião que transporta as suas namoradas.

Lembremo-nos que a dura e cruel verdade é que sempre os bons acabam pagando pelos maus. neste plano quando compramos a prazo pagamos os juros para cobrir a inadimplência dos caloteiros.

Brasileiríssima



Encontrei em você
o que todo homem quer
o meu anjo da guarda
em feição de mulher

Encontrei em você
Meu começo sem fim
A metade de dentro
feita fora de mim

Os Nonatos

Ele come, mas não beija.

O conto de hoje ultrapassa um pouco os limites traçados preliminarmente por nosso blog, todavia não pode os nossos principios subjetivos impedir o direito dos leitores de dar boas gargalhadas, porém desde já advirto sobre o conteúdo libertino da postagem.

Os nomes dos personagens serão resguardados para que não se alimente o instituto dos danos morais:

João gogó andava meio carente, há tempos que suas entradas não alcançavam êxito com as mulheres. Era um sujeito sisudo, cheio de preconceitos, mas andava muito agoniado por conta de sua infelicidade no âmbito dos sentimentos.

Do outro lado da rua morava Keylisson well, Um menino criado pela babá e que desde de criança mostrava alguns trejeitos que entregavam sua falta de virilidade.

Por acaso encontraram-se os dois em um terreno baldio da mesma rua, a necessidade de gogó o entregou àquele pecado, mas aquilo não era do agrado dele foi só a precisão.

Keylisson Well não concebia fazer sexo sem a volúpia necessária ao amor, queria carinho e durante a cópula foi se virando para beijar o amante.

Mas joão gogó que era mais bruto do que canto de calçada não gostou desta idéia não e nervoso vociferou:

- E se quiser dar como Homem dê, mas com cachorrada eu num como não!

Os olhos azuis dos cegos

A reação da elite econômica do mundo centralizado quanto ouviu a declaração de Lula sobre a culpa da crise ser de brancos de olhos azuis foi apenas reconhecer e se envergonhar. Já os nossos brancos não tiveram humildade para entender o valor simbólico da frase de Lula diante do Primeiro-ministro britânico.

Os neobobos na ausência de argumentos tratam logo de chamar o presidente Lula de analfabeto, burro, ignorante. O farol de Alexandria (como Paulo Henrique Amorim chamou FHC) tão bem colonizado pela fina flor do capitalismo mundial nunca foi tão respeitado, ouvido e admirado quanto Lula analfabeto, retirante e operário. A verdade é que a verdade dói.

Copiar, Colar

Paul Krugman, The New York Times *

Há dez anos, a capa da revista Time estampava Robert Rubin, então secretário do Tesouro, Alan Greenspan, então presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), e Lawrence Summers, então vice-secretário do Tesouro. A revista chamou a trinca de “comitê para salvar o mundo”, creditando-lhe a condução do sistema financeiro global numa crise que parecia aterrorizante na época, embora pareça um pequeno solavanco comparada ao que estamos enfrentando hoje.

Os três homens naquela capa eram americanos, mas ninguém estranhou isso. Afinal, em 1999, os Estados Unidos eram o líder inconteste da resposta global à crise. Esse papel de liderança só em parte se baseava na riqueza americana; num grau importante, ele refletia também a estatura da América como um modelo exemplar. Todos achavam que os EUA eram o país que sabia lidar bem com as finanças.

Como os tempos mudaram.

Pouco importa o fato de que dois membros do comitê desde então sucumbiram à maldição da capa da revista, o colapso de reputação que amiúde acompanha a notoriedade na mídia. (Summers, que ocupa hoje a chefia do Conselho Econômico Nacional, continua prestigiado.) Bem mais importante é a extensão em que nossas pretensões à solidez financeira - pretensões com frequência invocadas quando fazemos preleções a outros países sobre a necessidade de mudarem suas atitudes - se mostraram vazias.

Aliás, os EUA de hoje se parecem com o Bernie Madoff das economias: durante muitos anos, eles foram respeitados, admirados até, mas acabaram se revelando ter sido uma fraude o tempo todo.

É penoso ler hoje uma palestra feita por Summers no início de 2000, quando a intensidade da crise econômica dos anos 1990 estava diminuindo. Discutindo as causas daquela crise, Summers apontou coisas que faltavam aos países em crise - e que, por implicação, os EUA possuíam. Essas coisas incluíam bancos bem capitalizados e supervisionados, e contabilidade corporativa transparente e confiável. Bem, bem.

Um dos analistas que Summers citou na palestra, alias, foi o economista Simon Johnson. Num artigo do número corrente da revista The Atlantic, Johnson, que foi economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI) e hoje leciona no Massachusetts Institute of Technology (MIT), declara que as dificuldades atuais dos EUA são uma recordação chocante de crises em lugares como Rússia e Argentina - incluindo o papel-chave desempenhado pelo capitalista de compadrio.

Nos EUA, como no terceiro mundo, ele escreve , os interesses econômicos de elite - financistas, no caso dos EUA - jogaram um papel central na criação da crise, fazendo especulações cada vez maiores com o respaldo implícito do governo, até o colapso inevitável. Mais alarmante, eles agora estão usando sua influência para impedir precisamente os tipos de reformas que são necessários e urgentes para tirar a economia da queda livre.

Não espanta, pois, que um artigo no New York Times de domingo sobre a resposta que o presidente Barack Obama receberá na Europa tenha sido intitulado Capitalismo de Fala Inglesa em Julgamento.

Agora, a bem da verdade, é preciso dizer que os EUA não foram o único país onde os bancos extrapolaram. Muitos líderes europeus ainda se recusam a admitir os problemas econômicos e financeiros do continente que são, provavelmente, tão profundos como os nossos - embora as redes de segurança social muito mais sólidas de suas nações signifiquem que nós provavelmente experimentaremos um sofrimento humano maior. Seja como for, é um fato que a crise custou aos EUA muito de sua credibilidade, e, com ela, muito de sua capacidade de liderar.

E isso é uma coisa muito ruim.

Como muitos outros economistas, venho reavaliando a Grande Depressão à procura de lições que possam nos ajudar a evitar uma repetição. E uma coisa que se destaca da história do início dos anos 1930 é a extensão em que a resposta mundial à crise foi debilitada pela incapacidade de cooperar das principais economias do mundo.

Os detalhes de nossa crise atual são muito diferentes, mas a necessidade de cooperação não é menor. Obama captou isso com extrema correção na semana passada, quando declarou: “Nós todos vamos ter de dar passos para levantar a economia. Não queremos uma situação em que alguns países façam esforços extraordinários e outros países não”. Essa é, contudo, a precisa situação em que nos achamos. Eu acredito que mesmo os esforços econômicos dos EUA não são adequados, mas eles têm sido bem maiores que a maioria dos outros países ricos têm se mostrado disposta a fazer. E a cúpula do G-20 desta semana seguramente será uma ocasião para Obama repreender e espicaçar os líderes europeus, em particular, para que estes joguem seu peso na solução da crise.

Mas os líderes estrangeiros não se mostram hoje muito dispostos a ser censurados por autoridades americanas, mesmo quando - como neste caso - os americanos estão certos.

A crise tem causado muitos prejuízos. E um deles são os danos à reputação dos EUA, um ativo que perdemos no exato momento em que nós, e o mundo, mais precisamos dele.



*Paul Krugman é articulista

Quando Hercílio Morreu deixou saudades.

Com grande alegria recebi na semana passada o memorável trabalho de Lua Pinheiro sobre seu pai Hercílio. Foi motivo de júbilo para toda minha família o momento em que abrimos o envelope e constatamos tratar-se de quão imensa honraria. Sem saber como agradecer à altura publico aqui um verso do célebre poeta em comento.

Na Escritura Sagrada,
me lembro que Jesus disse:
quem tivesse pra dar, desse,
quem não tivesse, pedisse,
quem fosse triste, chorasse,
quem fosse alegre sorrisse.

Em defesa da Polícia Federal

Por várias vezes defendi neste espaço o trabalho da Polícia Federal por um simples motivo. Parece esta ser a única instituição que não faz diferença entre ricos e pobres, poderosos e anônimos e é por isso que tanto tem incomodado a "classe A" deste país.

Ainda ontem citei frase de Hegel versando "o que nós somos é, em boa parte, produto do olhar que os outros laçam sobre nós".

A PF despreza este paradigma e não pode ser admoestada por não compactuar com essa secular filosofia de segregação social.

Indagações que minha filosofia não alcança.

I- O que teria acontecido se a filha de Lula fosse funcionária fantasma do Senado? será que estaria pairando toda esta tranquilidade sob o céu da república?

II-Quais seriam os verdadeiros motivos que levaram o DEM, PSDB e PPS a protocolar pedido de criação de uma corregedoria para investigar os trabalhos da Polícia Federal?

III- Qual a razão do Ministro Gilmar Mendes atacar tanto a Polícia Federal? Principalmente agora que ricos potentados figuram nas páginas de grandes periódicos que não sejam coluna social.

Pra não dizer de novo.

A palestra mais eloquente durante o congresso internacional de direito constitucional que ocorreu no último fim de semana em Natal foi a de Daniel Sarmento Procurador Regional da República.

"Não há como fazer reformas sociais com firmeza se não se atacar a propriedade e outros direitos adquiridos pela classe mais abastada".

Para o excelente doutrinador o Brasil é o país do: Você sabe com quem está falando?
e devido a esse paradigma se torna tão difícil implementar na prática os direitos inerentes a todo ser humano.

Na constituição de 1824 é possível encontrar dispositivos acerca da liberdade e da igualdade, não obstante nada se falava sobre a escravidão que tanto humilhava e reduzia os homens. A mesma constituição que rezava sobre o voto universal não havia nada sobre o impedimento do sufrágio feminino.

Com efeito, os pobres e as minorias nunca tiveram acesso aos benefícios da lei, enquanto os ricos sempre transpuseram seus limites.

Como se não bastasse essa desigualdade econômica existe ainda uma desigualdade propositada no âmbito social. Usando uma frase de Hegel versando sobre isso: "o que nós somos é, em boa parte, produto do olhar que os outros laçam sobre nós".

Pra não dizer... III

Dimitri Dimoulis é o terceiro doutrinador que traremos à luz deste assombreado blog.

No seu discurso invoca os casos concretos que envolvem choque entre direitos constitucionais. O que, muitas vezes, parece simples pode se transformar em um grande imbróglio. Como exemplo citou o choque entre a liberdade de expressão e o sentimento religioso, como aconteceu com o cartunista dinamarquês que desenhou Maomé e vexou os seguidores do Islã.

Em confronto estavam o direito à liberdade de expressão e o direito de religião.

"O direito de um termina quando começa o direito do outro, mas a dificuldade consiste em saber o momento exato em que começa, de fato, o direito do outro".

Seria a liberdade de religião superior a liberdade de expressão?

E desta forma o professor Dimitri não aceita que haja imposição à liberdade de expressão e a manifestação artistíca deve mesmo transpor os limites impostos pelos princípios religiosos.

Nota do Blog: Com certeza esta celeuma deve permear os meros debates filosóficos, mas não se pode negar a contribuição das entidades religiosas na preservação dos princípios morais, éticos e sociais.

Ridicularizar o sacro pode em algum momento banalizar a importância das instituições religiosas à harmonia da sociedade. Neste plano é muito perigoso imaginar que a liberdade de expressão tudo pode.

Rebuliço na vila.

Santo Agostinho já dizia que mente vazia é oficina do diabo, agora vocês imaginem três mentes desocupadas em um lugarejo pequeno nos remotos sertões brasileiros.

Lá pela década de cinquenta do século passado as vilas e pequenas cidades do interior potiguar não tinham abastecimento de água e as residências necessitavam de um jegue com ancoreta para transportar água para o lar.

O jumento de tão acostumado com o percurso já o fazia sozinho, era tão íntimo da família que entrava direto pela porta da casa e seguia tranquilo até o pote.

Gervásio, Leca e Valmir perambulavam pelas vielas sem ter o que fazer, já era noite e não encontravam uma diversão. Olhavam um para outro e suspiravam lamentando a desventura de viver sem nenhuma emoção.

Alguém então pensa em uma solução para o tédio. Partiram os três até a Capoeira Grande para trazer o jumento de Júlio Fontes. No beco de miúda amarraram uma corda no rabo do jumento e na outra ponta uma lata de leite.

Uma cipoada assustou o jegue que disparou e quanto mais corria mais se assustava com o barulho da lata. Subiu a rua da lama amendrontando as famílias que recebiam a brisa mansa sentados em suas cadeiras de fitilho.

O jumento disparava em uma velocidade suicida, passa de frente ao patamar da igreja e nem dá conta de São Francisco, pega o rumo da casa de Júlio Fontes, uma pessoa começa a tocar desesperadamente o sino da capela, Raimundo Lacerda tranca a porta da frente, seu Manduca se abaixa por trás do balcão do bar pensando se tratar de mais uma contenda.

O jumento inocente emburaca pela porta da casa do seu dono e só para quando se joga por cima dos potes de barro.

Júlio Fontes perseguiu os responsáveis, mas não encontrou pistas deles.

Pra não dizer que não falei de flores II

Continuando a nossa cruzada com o intento de trazer aos meus companheiros de holocausto as discussões em voga a cerca do direito.

Dando sequência a esta sessão traremos os principais pontos da fala de Alexandre Moraes durante o congresso internacional de Direito Constitucional ocorrido em Natal neste fim de semana.

O doutrinador supra iniciou comentando a importância do controle de constitucionalidade em diversos países do mundo. Depois apontou o descrédito dos parlamentos como responsável pelo ativismo judicial, porém não deixou de ponderar essa tendência com base no mérito da divisão dos poderes.

Para Moraes existe uma centralização do direito nas mãos do STF e a súmula vincunlante aparece como uma ponte entre o controle difuso e o concentrado.

O professor também pondera a súmula vinculante, criticou a súmula que proibiu o uso de algemas no caso de réus presos em regime de segurança máxima, ligados ao narcotráfico. Não pode uma súmula vincular todos os casos sem se analisar ou sem haver precendentes para o caso.

Como exemplo citou um desembargador que namorou e posteriormente casou com uma subordinada e a súmula do nepotismo o obrigou a exonerar a, agora, esposa. Todavia a esposa fazia pressão para que ele exonerasse ainda a amante, mas não havia precedente e portanto a tal súmula não tratara do assunto. E o fato abalara o relacionamento do agente.

Para Moraes as súmulas devem ser específicas para determinados casos evitando que, de acordo com casos concretos se julguem casos abstratos.

Concluiu o Douto porfessor defendendo a preservação das funções primordias do congresso nacional, não obstante a insatisfação com a falta de qualidade de seus membros.

"A pior ditadura é do judiciário porque não há a quem recorrer, se o STF pode tudo, não haverá controle".

Lula é cara!

Quem disse isso foi o presidente dos Estados Unidos Barack Obama não fui eu, apesar de eu pensar o mesmo.

Pra não dizer que não falei de flores

Não pensem tratar-se de desídia do editor deste blog a falta de atualização no dia de ontem, o fato é que estamos participando de um congresso na capital do estado o que acaba dificultando as publicações deste desprezível web diário.

Para não dizer que não falei de flores, vamos publicar agora os temas mais evidentes debatidos por alguns dos gabaritados constitucionalistas que participam do evento.

Para Marcelo Neves está havendo um exagero por parte da doutrina no uso de princípios, chegou até mesmo a falar em incompetência doutrinária. De acordo com o debatedor o abuso de princípios pode representar um perigo ao estado democrático de direito. E concluiu dizendo que apesar da importância dos princípios, eles não podem transformar o direito em um carnaval jurídico.

Este posicionamento não condiz com os argumentos em evidência no congresso do ano passado, já que naquele momento havia uma tendência ao fortalecimento dos princípios até mesmo como mecanismo de distribuição de renda e reconhecimento afirmativo dos direitos das minorias.

Amanhã publicaremos o foco principal das falas de Fredie Didier, Pedro Lenza, Daniel Sarmento, Gilmar Mendes, Carmem Lúcia, Canotilho entre outros.

entregue a Dr.Nilton!!

Faz poucos dias que um popular encontrou-se com o prefeito Leonardo Rêgo pelas ruas de Pau dos Ferros e o abordou para pedir uma ajuda, uma passagem, um bujão de gás, enfim, alguma coisa desse tipo que eu não sei ao certo.

O prefeito ouviu pacientemente o suplício do eleitor, mas continuou inexorável em seu estilo administrativo negando a tal prática assistencialista.

-Rapaz, a prefeitura está passando por dificuldade, o FPM baixou muito, não temos condições, o município está quebrado.

O incompreensível cidadão não aceitou a desculpa do mandatário de Pau dos Ferros e retrucou:

- E é? tá quebrado é? pois se não quiser entregue a Dr. Nilton ele tá doidinho pela prefeitura daquele jeito mesmo. entregue! Entregue!