No Apertada Hora

José da Penha, pelas histórias afamadas, o canto da Caipora, a Casa das Sete Mulheres, no alto da Baixa Grande, nas trilhas íngremes da serra, encravado entre rochedos, o “Apertarda Hora”, lugar lindo, de águas correntes, curioso e místico.

Na cancela da passagem molhada, amarrada por arames entortados, varas de marmeleiro, sempre fechada, nas empreitas da noite, caladas da madruga, nunca a luz do dia, a Mística aparecia aos viajantes enfadados, dando-lhes passagem, sem apear, na apertada hora.

Loira, de grandes olhos, olhar penetrante, deusa da simpatia, a coragem fugia àqueles que lhe falavam, como resposta obtinham, não vingaria, a ira e o rancor, pois lhes aplacaria do coração o furor.

Mulher da cancela, apertada hora, viagem tranqüila, sonhos de vislumbre, mãos de fada, vestidos longos, permissão concedida, todavia renhida, se não garantida, abrir a porteira, sobrou nos ouvidos, de um viajante, apavorou o labutante, tornou-lhe errante nas veredas da serra, por atrevimento, escancarou a cancela.

Na ida ou vinda, subida ou descida, sempre na apertada hora, procuram guarida, buscam abrigo, encontram passagem, gentileza daquela que lhes cumprimentam, abrindo a cancela, sorrindo serena, cantando afagos, soltando os cabelos, rendendo esmeros, colhendo olhares, incutindo pavores, gerando temores, daquele lugar, recordo o momento, nos brios do dia, na guia do vento, quando subia, à diversão, nas quedas da água, no alto da serra.

O texto supra foi produzido pelo poeta e, agora expedicionário Marciel Antonio de Sales depois de uma aventura nas belas paisagens do município de José Da Penha.

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