A CAMPANHA PAUTADA PELA MÍDIA

Se agosto é o mês do desgosto e este correra em água morna, setembro fez-se presente, reavivando o que antes eu afirmei nesta publicação ser o espírito da UDN em busca de um salvador “mar de lama” a quem acusar.

Existente ou não, o estilo lacerdista aflorou e o ex-governador de São Paulo começa a atuar como Serra, vindo com tudo. Meu argumento parte de um fato contumaz. Nesta disputa eleitoral são as empresas jornalísticas que pautam os temas da campanha e não ao revés.

Como o acaso não é o fator determinante na política, exponho algumas dúvidas de fundo quanto aos tempos de produção jornalísticos empregados. Para mim, o intrigante nestas peças de acusação moral (a localizada na Receita e agora, mais recentemente, na Casa Civil) através de canhões midiáticos, é sua temporalidade.

Traduzindo. Ocorrendo o escândalo da quebra de dados sigilosos em abril e setembro de 2009, por que os mesmos se tornam munição de campanha agora? Poderíamos afirmar o fato midiático como “requentado”?

Vejamos o caso dos dados sigilosos. Se a quebra de sigilo é corriqueira (podendo ser comprados em camelôs do Centro de São Paulo) e sendo atingidos no episódio a quase duas centenas de brasileiros, por que os nomes elencados como “alvos” são os do alto tucanato ou parentes do candidato do PSDB?

Outra possibilidade, digna de um livro-reportagem do genial jornalista argentino Rodolfo Walsh, é supor a manobra inversa. Esta parte da premissa que teria havido a quebra de sigilo intencional por motivos políticos. E, para forjar o argumento de uma estórica cobertura, atingem nomes de gente vinculada e anônimos, como possibilidade de manobra diversionista, cobrindo os rastros eleitorais.

A conjectura acima é algo perfeitamente possível e, segundo qualquer manual de inteligência, tal fato é mais que comum. A única evidência é de que os acusados de haver violado os sigilos fiscais são ou foram filiados ao PT. Já os reais mandantes, se é que existe um ou mais coordenadores da ação, estes continuam encobertos.

Não entro no mérito se há ou não critério de relevância da notícia, porque o tema é importante. Assim como tem relevância e impacto a suposição de possibilidades de tráfico de influência a partir de relações familiares por dentro da Casa Civil, sendo esta denúncia matéria de capa de Veja, edição de 11 de setembro de 2010 e com a manchete “O polvo no poder”.

O que coloco em debate é a temporalidade desta pauta. Qualquer pessoa não leiga em comunicação e política sabe que os enunciados, antes de virem a público, são fruto de larga negociação e relações de força. Que o diga a Operação Castelo de Areia!

Soa no mínimo “curioso” estarem estas pautas em manchetes garrafais justamente no momento em que Dilma apontava para a vitória já em primeiro turno. Também transparece a mesma “curiosidade” o fato da matéria de capa da revista semanal Carta Capital, edição número 613, com o título “Quem bisbilhota quem” não ter tido a mesma repercussão nos telejornais.

Até pode ser alegado que o impacto da revista semanal do grupo Abril no meio do jornalismo profissional é maior do que a publicação de Mino Carta. Mas, prefiro a hipótese de que a proximidade das linhas editoriais e preferências políticas (porque todos nós as temos) seja o critério de definição dos textos de escalada dos noticiários televisivos e das manchetes em mídia impressa e eletrônica.

Concluo com algumas evidências. Ambos os lados têm episódios nebulosos em seus governos e aliados comuns mais do que comprometedores. Diante disso, a gravidade dos fatos perde seu poder de chocar. Isto se dá por três razões. Primeiro, porque as campanhas são personalistas, não há instrumento de identificação coletiva que ultrapasse a idéia básica da “turma da fulana” ou “turma do fulano”.

Segundo, boa parte dos fulanos e beltranos que foram governo tanto na Era FHC como agora no final dos oito anos de Lula, assim seguirão sendo, ganhe quem ganhar. Por fim, o eleitorado se comporta de forma pragmática e, estando superado o índice de rejeição, deixa as reputações e a moral para um segundo plano.



Bruno Lima Rocha é cientista político www.estrategiaeanalise.com.br /

Lula é a minha anta

O título desta postagem é o mesmo de um livro do "colonista" da revista veja Diogo Mainardi. Na verdade serve para muito bem ilustrar o que acontece no Brasil durante a era Lula.

Impressiona-me o dilema dos historiadores do futuro para entender como um homem tão criticado alcançou índices tão altos de popularidade e números economicos e sociais tão favoráveis.

O problema do preconceito da grande mídia contra o presidente Lula vem desde a campanha de 1989 quando a globo editava reportagens para favorecer Collor. Depois com Fernando Henrique seguia o conselho do seu ministro: "O que é bom a gente mostra o demais a gente esconde. Não temos escrúpulos".

Bóris Casoy ria da cara de Lula com deboche depois de ouvir um cala boca. Como um ser superior, um senhorio de escravos que não aceita a palavra daquele sob sua sujeição.

Ultimamente Willam Wack foi pego destilando seu ódio contra a candidata do governo e para clarear ainda mais a intenção preconceituosa da mídia elitista aconteceu o caso da quebra do sigilo de várias pessoas que ganhou notoriedade completamente desproporcional e visivelmente objetivando envolver no caso a campanha da candidata governista.

Graças ao amadurecimento político do brasileiro e sobretudo aos enormes avanços que o país tem vivido desde que o PT chegou ao topo não estamos mais sujeitos a este quarto poder que ajudou a consolidar oligarquias regionais, partidos conservadores, golpistas e ditadores em geral. Enfim, os meios de comunicação que formou a fina flor
da sociedade brasileira, que montou uma elite corrupta e preconceituosa percebe que já não influi mais tanto na consciência das pessoas, que não nos sujeitam mais à seus podres objetivos.

O que importa mesmo para nós aqui debaixo é que nossa vida melhorou e muito. Destarte, só pra concluir, eu espero que a nata da grande mídia ouça meu singelo conselho:

-Vão pra puta que os pariu.