Os canhões que disparam contra o Brasil

"MUITAS VEZES A ÚNICA VERDADE QUE TEM NUM JORNAL É A DATA" Érico Veríssimo

Com o fim da União Soviética intensificou-se a idéia da soberania do pensamento único, Fukuiama escreveu um tal fim da história com o império absoluto do capitalismo.

A pedagogia neoliberal é muito simples e eficiente. Inicialmente se apropriam dos meios de comunicação em massa e defendem inescrupulosamente seus interesses fundamentando tais atos na democracia e na liberdade de expressão. Desta forma conseguem imprimir qualquer ataque a tal paradigma como antidemocrático e ditatorial, lançando no rol do eixo do mal aqueles que não coadunam com tal doutrina ou que buscam amenizar os efeitos colaterais do capitalismo através de uma distribuição mais justa das riquezas do país.

É inegável os avanços sociais vividos pelo Brasil nos últimos sete anos e isso tem incomodado a intocável elite brasileira que tem reagido fazendo uma campanha descarada, desavergonhada na grande mídia contra o governo Lula, seja omitindo ou distorcendo fatos importantes, seja destacando sobremaneira pontos que julgam negativos a imagem do governo.

Os bacanas da classe A não se conformam com o fato de o filho do jardineiro fazer uma pós graduação.

Os opulentos moradores dos jardins paulistas reconhecem os avanços economicos, porém não toleram um retirante operário conduzindo o leme do desenvolvimento.

A valorização do Brasil em âmbito internacional; o crescimento da economia; os investimentos em infra-estrutura; a liderança brasileira na américa latina; o fortalecimento do comércio exterior, das reservas de petróleo; não são suficientes para a pomposa categoria dos ricaços brasileiros se os bônus de tudo isso não se concentrar exclusivamente em suas mãos. E para alcançar seu obscuro desiderato apontam os canhões midiáticos em direção ao presidente Lula, ao governo, a sua candidata e disparam sem dó.

Arlete: Oposição propõe melhorar o que tentou destruir

Simone de Beauvoir disse que “a ideologia da direita é o medo”. O medo foi o grande adversário de todas as campanhas de Lula. Desta vez, o fato de Lula ser governo desfaz grande parte das ameaças que antes insuflavam o temor entre os setores populares. O grande adversário dessa campanha não é mais o medo; tampouco é Serra, candidato de poucas alianças, sem programa e que esconde seu oposicionismo no armário. O grande adversário são os que estão por trás do tucanato e o utilizam como recurso político de uma guerra elitista, preconceituosa, autoritária e desigual. O artigo é de Arlete Sampaio.

Arlete Sampaio, na Carta Maior


A campanha de 2010 não é apenas uma, mas pelo menos três grandes batalhas combinadas. Uma disputa política, dos que apóiam as conquistas do governo Lula contra aqueles que sempre as atacaram e agora se esquivam de dizer o que pensam e o que representam. Uma disputa econômica, dos que defendem o protagonismo brasileiro e sabem da importância central do estado na sustentação do crescimento, contra os que querem eletrocutar nossas chances de desenvolvimento com a proposta de “choque de gestão” e de esvaziamento do papel do estado. Finalmente, uma disputa ideológica entre, de um lado, a esperança de um país mais justo, igualitário e sem medo de ser feliz, contra, do outro lado, a indústria da disseminação de preconceitos.

Na disputa política, a popularidade do presidente Lula criou uma barreira que a oposição prefere contornar do que confrontar. Serra não quer aparecer como aquilo que ele realmente é: o anti-Lula. O mesmo anti-Lula que ele próprio foi em 2002 e que Alckmin fez as vezes, em 2006. Daí a tentativa de posar como “pós-Lula”. A oposição irá para a campanha na vergonhosa condição de fingir que não é oposição, que concorda com o que sempre atacou, que quer melhorar o que tentou, a todo o custo, destruir. Os eternos adeptos da ideia de que o Brasil não pode, não dá conta e não consegue, agora, empunham o discurso de que o Brasil pode mais.

Diante do fato de que alguém precisa assumir o impopular ataque ao governo e ao presidente, para alvejar a candidatura governista, surgiram duas frentes. A mais aberta e declarada é realizada pela imprensa mais tradicional, a que tem relações orgânicas com o grande empresariado brasileiro e com uma elite política que a ela é comercialmente afiliada.

Na ânsia de conseguir, contra Dilma, o que não conseguiu em 2006 contra Lula, esta imprensa tomou para si a tarefa de tentar derrotar ambos. Para tanto, tem enveredado em um padrão autoritário que significa um retrocesso claro até se comparado a seu comportamento na época da ditadura. Naquela época, a ditadura era a justificativa de suas manchetes. Hoje, não. Se não fosse pela democracia e pela mídia regional e alternativa, a situação seria igual à vivida quando era mais fácil ter notícias fidedignas a partir da imprensa internacional do que pela grande imprensa brasileira.

Um exemplo: o tratamento dado à participação do presidente Lula na cúpula nuclear em Washington. Dois dos mais tradicionais jornais brasileiros (Estadão e Folha) deram manchetes idênticas (“Obama ignora Lula…”), numa prova não de telepatia, mas de antipatia. Um editorial (“O Globo”, 14/4) chegou a dizer que “Lula isola Brasil na questão nuclear”. Se contássemos apenas com esses jornais, teríamos que apelar à Reuters, ao Wall Street Journal, ao Financial Times ou à Foreign Policy para sabermos que a China mudou de posição por influência do Brasil e declarou oficialmente sua opção pelo diálogo com Teerã.

Seria demais pedir que se reproduzisse, por exemplo, o destaque dado à cúpula dos BRICs, que no jornal Financial Times e na revista Economist foram bem maiores do que o conferido à cúpula de Washington. Até hoje, porém, o fato de nosso país estar galgando a posição de polo dinâmico da economia mundial, de modo acelerado, é visto com desdém pelos que não acreditam que o Brasil pode mais.

A questão nuclear teve a preferência porque cai como uma luva à tentativa de trazer para 2010 a questão do terrorismo, além de demonstrar a relação que existe entre as campanhas anti-Dilma, declaradas e mascaradas. A questão do terrorismo é um curioso espantalho invocado pelos próprios corvos (para usar uma imagem apropriada ao lacerdismo que continua vivo na direita brasileira e em parte de sua imprensa). A diferença sobejamente conhecida e reconhecida entre guerrilha e terrorismo e o fato de que os grupos armados brasileiros sempre se posicionaram contra o terrorismo como forma de luta política são esquecidos. Durante a ditadura, os grupos armados eram acusados de terroristas pela mesma linha dura que arquitetava explodir um gasoduto no Rio e bombas no Riocentro para inventar terroristas que, de fato, não existiam. A parte da imprensa que, por conta própria, reedita o autoritarismo faz jus ao título de “jornalismo linha dura”.

No campo da política econômica, a batalha será igualmente ferrenha e desigual, apesar dos feitos extraordinários de Lula. Seu governo é de fato o primeiro na história do País a conseguir combinar crescimento econômico, estabilidade (política e econômica) e redução das desigualdades. Segundo estudos, o Brasil conseguiu avançar em termos sociais em ritmo mais acelerado do que o alcançado pelo estado de bem-estar social europeu em seus anos dourados. Mesmo isso não tem sido suficiente para abalar a aposta de alguns setores da elite econômica de que a principal tarefa a ser cumprida é a de tornar o Brasil o país com o estado mais acanhado dentre os BRICs. São os que querem o Brasil mirando o Chile, e não a China, em termos econômicos. Para alguns, que sempre trataram o Brasil como um custo em sua planilha, não importa o tamanho do país, e sim o tamanho de suas empresas.

O que se vê até o momento não é nada diante do que ainda está por vir, dado o espírito de “é agora ou nunca” da direita em sua crise de abstinência. Os ataques declarados são amenos diante da guerra suja que tem sido travada via internet, por mercenários apócrifos que disseminam mensagens preconceituosas.

Dilma é “acusada” de não ter marido, de não ter mestrado, de não ter sido parlamentar. As piores acusações não são sobre o que ela fez, mas sobre o que ela não fez. As mais sórdidas são comprovadas mentiras, como a de ter sido terrorista.

Simone de Beauvoir disse que “a ideologia da direita é o medo”. O medo foi o grande adversário de todas as campanhas de Lula, e ele foi vencido em duas, dentre cinco. Desta vez, o fato de Lula ser governo desfaz grande parte das ameaças que antes insuflavam o temor entre os setores populares. O grande adversário dessa campanha não é mais o medo; tampouco é Serra, candidato de poucas alianças, sem programa e que esconde seu oposicionismo no armário. O grande adversário são os que estão por trás do tucanato e o utilizam como recurso político de uma guerra elitista, preconceituosa, autoritária e desigual.

A oposição cometeu o ato falho de declarar que “o país não tem dono”, mostrando que ainda raciocina como na época em que vendeu grande parte do patrimônio público e tratou o Brasil como terra de ninguém. Mas, por sorte, o país tem dono, sim. É o povo brasileiro. E, mais uma vez, é apenas com ele que contaremos quando outubro vier.

Arlete Sampaio é médica, foi vice-governadora do DF (1995-1998), deputada distrital (2003-2006) e secretária-executiva do Ministério do Desenvolvimento Social, na gestão de Patrus Ananias (2007-2009).

Ciço piteira é vaqueiro danado

Cícero Manoel recebeu o apelido de ciço piteira depois que iniciou-se no nocivo vício do cigarro de palha. Mas o cerne desta postagem não está ligado a esse fato, mas sim a outro irradiado abaixo.

O ano era de seca e a situação não tava boa na casa de Ciço no sítio Aroeira. Desta forma, partiu lá pras bandas do Angico pra arrumar serviço. Com muita dificuldade arrumou um trampo de vaqueiro na fazenda de Renovato leão.

Renovato era exigente, os empregados chamavam-no de coronel e Ciço preocupou-se pelo fato de nunca ter sido vaqueiro na vida, mas se sujeitou a mentir já que muito necessitava do trabalho.

Renovato reuniu Ciço e mais dois vaqueiros experientes para um labor muito pesaroso, qual seja, lançar-se na manga da fazenda para trazer ao curral um gado arredio, entre eles o boi barbatão.

Ciço preocupou-se em escolher um cavalo manso e saiu desconfiado, não sabia, porém que aquele era o cavalo mais corajoso e treinado que havia no haras de Renovato.

O cavalo marchava baixeiro e os outros vaqueiros admirados da valentia daquele varão. quando chegaram no campo que o equino avistou o boi barbatão disparou em direção a ele desesperado.

O boi bufava violento e o cavalo muliplicava a carreira e nisso o vaqueiro foi perdendo os nervos e afrouxou os muscúlos do reto de tal forma que liberou a massa acumulada no intestino. Porém o cavalo continou a peleja e num ímpeto de força arriscou-se pra cima do boi barbatão que o derrubou na vala impedindo sua reação.

Neste momento os outros dois vaqueiros se aproximaram e antes de parabenizar Ciço pela façanha reclamaram do mau cheiro exalado naquela atmosfera.

Naquele instante, Ciço envolvido por um espírito de heroísmo fundamentado naquele ato disse:

-Por isso que vocês num pega boi! ora, vocês para pra cagar, eu num paro não.

Muito além do cidadão Kane

Beyond Citizen Kane (no Brasil Muito Além do Cidadão Kane) é um documentário televisivo britânico de Simon Hartog exibido em 1993 pelo Channel 4, uma rede televisiva pública do Reino Unido. Mostra as relações entre a mídia e o poder do Brasil. Embora o documentário ter sido censurado pela justiça, a Rede Record comprou os direitos de trasmissão exclusiva por 20 mil dólares do produtor John Ellis.

A obra detalha a posição dominante da Rede Globo na sociedade brasileira, debatendo a influência do grupo, seu poder e suas relações políticas, que os autores do documentário vêem como manipuladoras e formadora de opinião. O ex-presidente e fundador da Globo Roberto Marinho foi o principal alvo das críticas do documentário, sendo comparado a Charles Foster Kane, personagem criado em 1941 por Orson Welles para Cidadão Kane, um drama de ficção baseado na trajetória de William Randolph Hearst, magnata da comunicação nos Estados Unidos da América. Segundo o documentário, a Globo empregaria a mesma manipulação grosseira de notícias para influenciar a opinião pública como fazia Kane no filme (
1).

Quem assistiu ao jornal nacional neste sábado pôde ter a clara noção do tendencionismo da rede globo. O jornal em comento mais parecia o horário eleitoral do PSDB. Não conseguem nem disfarçar a parcialidade absurda desta emissora. Como não dispomos de tempo suficiene para alongar o debate acerca deste tema, prometemos voltar lá pro dia 22 de abril com o assunto alhures quando retornaremos com as publicações semanais.


(1) wikipédia