Retrospectiva - Janeiro

Ensaio sobre uma guerra

Sun Tzu produziu há mais de dois mil anos na China seu famoso clássico A arte da guerra, utilizado até hoje como base para planejamentos estratégicos e condutas militares.

Pelo que se extrai do aforismo do militar chinês, a hora é quem faz a vitória. Conhecer bem o inimigo e saber usar o discernimento a seu favor seria o ponto elevado da estratagema do General.

Toda arte militar baseia-se no ardil. Portanto, quando é capaz, finge incapacidade. escreveu ele.

A surpresa é principal arma, fingir fraqueza e apanhar de improviso o exército inimigo é o objetivo essencial da estratégia de Sun Tzu.

Finge inferioridade e encoraja-lhe a arrogância. Foi assim que o General Chao derrotou os Hsiung Nu que amedrotavam a China e por conta desses nômades se construiu a famosa muralha.

O inimigo, conhecendo sua superioridade desdenha o adversário e não toma as precauções devidas, o inimigo se torna arrogante diante de um adversário que julga pequeno.

Para Sun tzu " quando o trovão ressoa, não há tempo de tapar os ouvidos".

A filosofia militar chinesa, que foi também usada por Mao Tse Tung, serve de inspiração para basear nossas relações cotidianas. "O general que atentar à minha estratégia certamente vencerá".

Assim, se teu inimigo te subestimar, acreditar que é superior, imaginar-te fraco, deixa-o a vontade, pois quando teu ímpeto agigantar-se diante dele já não terá forças para subjugar-te e terá que reconhecer tua vitória.

Brasileiríssima da virada



Mandacaru
Quando fulora na seca
É o siná que a chuva chega
No sertão
Toda menina que enjôa
Da boneca
É siná que o amor
Já chegou no coração...

Meia comprida
Não quer mais sapato baixo
Vestido bem cintado
Não quer mais vestir de mão...

Ela só quer
Só pensa em namorar
Ela só quer
Só pensa em namorar...

De manhã cedo já tá pintada
Só vive suspirando
Sonhando acordada
O pai leva ao dotô
A filha adoentada
Não come, nem estuda
Não dorme, não quer nada...

Ela só quer
Só pensa em namorar
Ela só quer
Só pensa em namorar...

Mas o dotô nem examina
Chamando o pai do lado
Lhe diz logo em surdina
Que o mal é da idade
Que prá tal menina
Não tem um só remédio
Em toda medicina...

Ela só quer
Só pensa em namorar
Ela só quer
Só pensa em namorar...

Mandacaru
Quando fulora na seca
É o sinal que a chuva chega
No sertão
Toda menina que enjôa
Da boneca
É sinal que o amor
Já chegou no coração...

Meia comprida
Não quer mais sapato baixo
Vestido bem cintado
Não quer mais vestir de mão...

Ela só quer
Só pensa em namorar
Ela só quer
Só pensa em namorar...

De manhã cedo já está pintada
Só vive suspirando
Sonhando acordada
O pai leva ao doutor
A filha adoentada
Não come, num estuda
Num dorme, num quer nada...

Porque ela só quer, hum!
Porque ela só quer
Só pensa em namorar...

Mas o doutô nem examina
Chamando o pai do lado
Lhe diz logo em surdina
Que o mal é da idade
E que prá tal menina
Não tem um só remédio
Em toda medicina...

Porque ela só quer, oh!
Mas porque ela só quer, ai!
Mas porque ela só quer
Oi, oi, oi!
Ela só quer
Só pensa em namorar
Mas porque ela só quer
Só pensa em namorar
Ela só quer
Só pensa em namorar...

Zé Dantas/ Luiz Gonzaga

O barbeiro e o malandro

Naquele remoto lugar havia somente um barbeiro que atendia pelo nome de Otílio que também se dedicava ao ofício de motorista. Otílio era famoso por tratar-se de um sujeito esperto, contador de história e conhecedor de várias regiões do país. Contava que, certa vez, em uma cidade da Bahia não conseguira dormir com o barulho de uma cobra batendo os olhos.

Certa feita, chegara no seu estabelecimento um rapaz conhecido como Pedro de Januário Moisés, que não carregava bom nome na praça, tinha fama de malandro, daqueles que não costumava pagar as contas em dia, que levava as pessoas no papo. Pretendia cortar o cabelo com Otílio.

Mansamente cumprimentou a todos, entrou na conversa, esperou sua vez, sentou-se na cadeira. O barbeiro encetou o trabalho como se não conhecesse da sagacidade de Pedro. Do meio por fim, Otílio sentou-se em um tamborete de couro cru e começou a fazer um cigarro de palha enquanto Pedro esperava-o para concluir seu labor, mas Otílio demorava, acendeu o boró despreocupado, conversava com um e com outro tranquilamente enquanto Pedro se impacientava:

- Bora otílio, vamo ver, termine logo isso!

- Faça o seguinte, me pague logo que eu termino o corte.

Como Pedro não tinha mesmo dinheiro, queria, na verdade, era dar um golpe em Otílio, insistiu mais um pouco e quando viu que não tinha jeito foi-se embora com metade do cabelo cortado e outra não.

POSTAGEM NATALINA



Seu moço eu fui um garoto
Infeliz na minha infância
Que soube que fui criança
Mas pela boca dos outo.
Só brinquei com os gafanhoto
Que achava nos tabuleiro
Debaixo dos juazeiro
Com minhas vaca de osso
Essa catrevage, sêo moço
Que a gente arranja sem dinheiro.


Quando eu via um gurizin
Brincando de velocipe
De caminhão e de gipe
Bola, revólver e carrin
Sentia dentro de mim
Desgosto que dava medo
Ficava chupando o dedo
Chorando o resto do dia
Só pruquê eu num pudia
Pegar naqueles brinquedo.

Mas preguntei uma vez
A uns fio de dotô
Diga, fazendo um favô
Quem dá isso pra vocês?
Mim respondeu logo uns três
Isso aqui é os presente
Que a gente é inocente
Vai drumí às vêis nem nota
Aí Papai Noé bota
Perto do berço da gente.

Fiquei naquilo pensando
Inté o Natá chegá
E na Noite de Natá
Eu fui drumi mim lembrando
Acordei fiquei caçando
Por onde eu tava deitado
Seu moço eu fui enganado
Que de presente o que tinha
Era de mijo uma pocinha
Que eu mermo tinha botado

Saí c’a bixiga preta
Caçando os amigos meu
Quando eles mostraram a eu
Caminhão, carro e carreta
Bola, revólver, corneta
E trem elétrico, até
Boneca, máquina de pé
Mas num brinquei, só fiz vê
E resolvi escrevê
Uma carta a Papai Noé.

“Papai Noé, é pecado
Os outro se matratá
Mas eu vou le recramá
Um troço que tá errado
Que aos fio de deputado
Você dá tanto carrin
Mas você é muito ruim
Que lá em casa num vai
Por certo num é meu pai
Que num se lembra de mim.

Já tô certo que você
Só balança o povo seu
E um pobe qui nem eu
Você vê, faz qui num vê
E se você vê, porque
Na minha casa num vem?
O rancho que a gente tem
E pequeno mas le cabe
Será que você num sabe
Qui pobe é gente também?

Você de roupa encarnada,
Colorida, bonitinha
Nunca reparou que a minha
Já tá toda remendada
Seja mais meu camarada
Prêu num chamá-lo de ruim
Para o ano faça assim:
Dê menos aos fio dos rico
De cada um tire um tico,
Traga um presente pra mim.

Meu endereço eu vou dá,
Da casa que eu moro nela
Moro naquela favela
Que você nunca foi lá
Mas quando você chegá
Que avistá uma paióça
Cuberta cum lona grossa
E dois buraco bem grande
Uma porta véia de frande
Pode batê que é a nossa.

Autor: Luís Campos

O lugar que você vive pode dizer algo sobre você?

Quando Jesus partia para Galiléia, encontrou-se com Filipe e o chamou para acompanhá-lo. Filipe, por sua vez, disse a Natanael: “encontramos aquele de quem Moisés escreveu, é Jesus de Nazaré”. Natanael, com isso, disse: “de Nazaré pode sair alguma coisa boa?”.
É verdade que as pessoas costumam fazer juízo dos outros por conta do senso geral que se tem em relação ao lugar onde eles vivem, como bem ilustra o texto extraído do evangelho de João 1:43-46 e utilizado como preâmbulo deste.

Na semana passada o ator Robin williams em entrevista ao apresentador David Lettermam ironizou de maneira muito deselegante o Brasil quando comentava sobre a derrota de Chicago na escolha da cidade sede para olimpiadas de 2016 para o Rio de Janeiro. Associando o país à prostituição e às drogas.

Não faz muito tempo foi produzido nos EUA um filme chamado “turistas” em que os estrangeiros eram vítimas de roubo, prostituição, maus tratos, tráfico de órgãos por aqui em nossas terras. Os Simpsons, um desenho de grande sucesso em todo o mundo, em polêmico episódio sobre o nosso país também subestimou sobremaneira o Brasil.

A mim não surpreende que essa seja a visão que tenham do nosso país, aliás o que se pode esperar de um país em que o dinheiro público é tratado com desprezo ; em que a insegurança, a impunidade e a corrupção reinam soberanas; um país em que a polícia pode agir insolentemente contra estudantes e sindicalistas, ao passo que, branda e cortês contra corruptos e ricos traficantes; um país em que a propina é justificada às custas do panetone natalino dos pobres.

Assim sendo, espero, ao menos, que se reconheça que não são todos os brasileiros que comungam com a instituição da corrupção e da canalhice desmedida e, principalmente que, assim como em Nazaré os verdadeiros valores das pessoas de bem possam se erguer diante desse mar de imundice e revelar ao mundo o que temos de melhor.

Desaparecido


Desaparecido

Procura-se Marciel Antonio de Sales, desaparecido desde o último dia 07 de dezembro, foi visto pela última vez lá pras bandas de Pombal na Paraíba, vestia-se elegantemente e usava uma aliança ouro 18 na mão direita.

Há dias que não atende o telefone nem manda notícias pra seu Brasilino que pediu encarecidamente ao editor do blog para publicar esse poema da dupla "os nonatos":

Nós somos uma só alfa
na constelação da vida
contra o desamor de ômega
nossa alma é protegida
meu filho enquanto existir
um resquício de quimera
uma luz no fim do túnel
uma flor na primavera
como a terra espera a chuva
seu, seu regresso espera

Quem souber notícia do paradeiro de Marciel por favor mandar uma carta pra fazenda Canto do Buriti que será recompensado com um saco de manga coité, ou então com siriguela quando for na safra.

Sobre o blog e sobre a eleição

Um blog para ser bom tem de ser atualizado, desta forma é incontroverso o fato de que este não preenche o principal requisito de um blog de qualidade.

Todavia é incontroverso também que essa falta de atualização não trata-se de desídia do editor e sim de problemas em relação ao combalido tempo que tem sido inimigo dos meus entretenimentos preferidos, entre eles, navegar no oceano cibernético e atualizar o blog.

Assim sendo, encontro na noite do sábado um pouquinho de espaço para publicar essas pequenas justificativas e aproveitar a oportunidade para provocar a oposição ao presidente Lula que vive o maior inferno astral desde o início do governo.

Dilma sobe, nas pesquisas, Serra cai, Lula Aumenta a Popularidade, o mensalão do DEM ganha grandes proporções, a economia permanece tão bem que até Miriam Leitão se obriga a reconhecer, o STF aceita ação em desfavor de Eduardo Azeredo e o PPS é citado como beneficiário do Panetone de Brasília.

Para piorar a depressão amazônica pela qual tem passado os adversários do Presidente, o filme "Lula um filho do Brasil" está prometendo ser um dos maiores sucessos do cinema nacional, e, além do mais, existe prospecção de o PIB crescer até 8% em 2010 podendo gerar cerca de 2 milhões de empregos.

Nesta toada, já me vem a opinião de que não haverá nem segundo turno e já no início de outubro o brasileiro confirmará o que todo mundo já sabe sobre Lula, ou seja, "This is the man".