A ética do jornalismo e o espírito da grande mídia.

Peço licença a Max weber para parodiar sua famosa obra em uma postagem tão desprestigiada quanto esta. No entanto me sinto no dever de criticar tal ciência por um fato muito simples, qual seja, a impossibilidade da utilização da ética profissional enquanto perdurar a grande mídia nas mãos do capital e sua luta desenfreada pela lucro.

Clarividente que os interesses dos políticos, grupos oligárquicos e investidores que comandam os meios de comunicação quase nunca se coadunam com interesses sociais ou nacionais.

A procura pelo lucro muitas vezes se distancia do escrúpulo o que acaba tornando o jornalismo uma ciência em vão, ou seja, fazer o simples desejo do patrão qualquer um faz, não precisa de diploma e faculdade para bajular a vontade alheia.

A política de concessão utilizada no Brasil é um claro sinal de interesse particular que sobrepõe o interesse público e o que mais impressiona é que talvez os canais televisos entregues a amigos e aliados dos generais durante a ditadura militar são as mais bem protegidas instituições democráticas. Sob a égide da Constitução Federal os meios de comunicação cometem todos os abusos e invocam o protetor escudo da liberdade de expressão e da democracia contra quem ousa denunciar seus excessos.

Há poucos dias, o candidato a presidente José Serra falou meio abusado e quando o repórter avisou que era da globo ele pediu desculpas. Em agradecimento foi agraciado com um doce perdoe-me de Wiliiam Bonner durante entrevista ao JN.

A série de entrevistas do JN esta semana foi tão descarada que até mesmo Roberto Jefferson escreveu no seu Twitter que Serra foi protegido pela globo.

É impressionante o quanto a nossa imprensa já se envolveu em corrupção, golpe, manipulação, mentiras e escândalos.

Desta forma comungo minha desprezível opinião com a de Mino Carta em frase infra, o qual acredito ser um dos raros remanescentes de um verdadeiro jornalismo que se contrapõe a hipocrisia, aos vícios da profissão e aos prazeres do sujo quinhão da manipulação em detrimento da dignidade, da honra e da moral:

“A rapaziada não se dá ao respeito. Quem sabe haja quem se incomoda ao perceber que nos enxergam como malta de idiotas. Esta visão da platéia é própria, aliás, dos jornalistas nativos e seus patrões. Será que não usam na medição o metro recomendável para medir a si mesmos ?”

1 comentários:

Anderson Costa disse...

Como eu disse, é uma questão de formação ética. Pra agora não se resolve isso nem com regulamentação, pois brasileiro é maroto e sempre acha uma brecha. Educando melhor agora, teremos uma geração de jornalistas melhores no futuro. E daqui a uns anos eles nem vão importar mais, com o avanço da internet e da conectividade.