Refletir sobre o paradigma da sociedade capitalista

Não faz muito tempo havia uma coisa que me encantava entre os provicianos costumes da terra em que fui arraigado, quando o modo de vida hodierno ainda não influenciava tanto na cultura do curiboca.

Acordar as quatro da manhã era pra mim um salutar e prazeroso exercício. Com meu sábio pai descíamos pela rua prefeito Francisco Fontes, cruzavamos à atual rua Evaristo Fontes e a rua Manoel Ferreira Fontes e chegavamos ao mercado público onde se encontrava o café de Titica de Chico Abá.

Enquanto meu pai conversava e tomava café eu o observava saboreando um delicioso bolo de milho. Quando chegavamos já havia muitas pessoas deliberando de uma maneira esplendidamente harmônica sobre os mais variados temas. Tratava-se de uma confraternização saudável e amistosa tal qual irmãos em almoço de domingo na casa dos pais.

Aquilo causava arroubo aos meus inocentes olhos, um deslumbramento lírico que até hoje me traz grandes recordações de minha infância.

Porém, por imposição do atual modelo de sociedade moderna capitalista já não há mais espaço para os abraços, os sorrisos, as confraternizações, as convenções, as amizades e muito menos para o Café de Titica de Chico Abá que fechou depois que o sinal da globo chegou em José da Penha. Hoje tudo é mecanizado, digitalizado até mesmo os relacionamentos.

Sobre a chegada desse tempo escreveu Paulo a Timóteo: Saiba Porém que nos últimos tempos haverá momentos difíceis. Os homens serão egoístas, gananciosos, soberbos, blasfemos, rebeldes com os pais ingratos, iníquos, sem afeto, implacáveis, mentirosos, incontinentes, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatudos, mais amigos dos prazeres do que de Deus, manterão aparência de piedades, mas negarão a sua força interior.

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