O imperador romano, por muito tempo, exerceu um poder absoluto com influência, inclusive, na esfera privada dos cidadãos de Roma. Até mesmo os casos mais particulares eram levados à jurisdição de César.
Não sei se por influência desta cultura, mas as pequenas cidades do interior ainda conservam resquícios semelhantes.
Recentemente conheci sobre o caso de um prefeito que foi chamado para reatar um casamento.
Quando Zeca de Evaristo exercia a árdua tarefa de administrar José da Penha era convocado a extrapolar os limites de sua competência e atuar também no plano particular.
Num tranquilo dia do ano de 1977, antes mesmo da natureza concluir a mágica aurora sertaneja o prefeito foi surpreendido com um chamado urgente sem que tenha ao menos findado seu descanso diário.
-Seu Zeca! Joaquim do Carro Quebrado tá chamando o senhor.
-Mas rapaz, é muito cedo, eu nem me levantei ainda.
- É melhor o senhor atender, o homem tá desesperado, chora que nem menino.
O prefeito se preocupou em saber que um senhor tão sério e respeitado estava passando por uma situação tão triste e foi atendê-lo.
Quando chegou, Joaquim já havia tomado três copos de garapa de açucar, estava mais sossegado, apenas soluçando.
- Bom dia seu Joaquim, em que posso ajudá-lo?
Essa interrogação foi suficiente para seu Joaquim abrir o berreiro e em um choro descomunal desabafar seu problema.
- É que minha "muié" não para de me chamar de cara soiiiimmm...
-Vixe! que problema difícil seu Zeca. Disse com ironia o assessor.
Seu Zeca apenas riu e no seu consciente associou a imagem caricatural de Joaquim com a do simpático animal da caatinga e seu pensamento concluiu: não é que ela tem razão!
E esse problema nunca foi solucionado.
0 comentários:
Postar um comentário