O que Deus uniu não separa o homem.

Rezam as mais diversas concepções religiosas que o casamento é uma instituição sagrada, mas ninguém sabe ao certo o momento em a monogamia prevaleceu sobre a poligamia. Alguns acreditam que o casamento surgiu cocomitantemente com a própria sociedade com o desiderato de organizar a transmissão da propriedade o que nos parece ser a linha de pensamento mais lúcida.

De fato, o casamento é deveras importante no que tange a manutenção do tecido social, mas não se pode também negar que, por muito tempo, serviu para justificar a submissão dos membros da família ao poder patriarcal.

Até os dias de hoje existem resquícios da cultura romana medieval em que o pater exercia poder arbitrário sobre os demais.

Escrevendo sobre esse tema pertinente recordo-me do casamento de Chico Pequeno, que acreditava empíricamente nos princípios romanos de que o homem encontrava-se sobreposto ao frágil sexo feminino, esse preceito era digno da vontade de Deus.

Santana, mulher de Chico, nunca fora muito sadia, não raro reclamava de alguma enfermidade que a acompanhava. Nem mesmo nestes difíceis momentos cabia ao homem ser gentil com sua esposa, desta maneira, demonstrava soberania sobre a submetida

Numa dessas bucólicas noites que se abatem sob tenro céu sertanejo, Chico pequeno apaga a lamparina preparando-se para a bela aurora do próximo dia. Santana, preocupada com a reação nada graciosa do companheiro esconde um mal estar que muito a incomodava, No entanto o problema vai se agravando até o momento em que se faz mister o auxílio do marido:

-Ai, ai!

-Chico! tá me dando uma coisa.

-Então receba!

-Mas Chico é uma coisa ruim.

-Então não receba, ora!

-Chico, eu tô com um frio na barriga.

-Pois se levante e engula brasa!!!!!!

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