Retalhos de um texto sobre a Palestina


"Quando os ricos fazem a guerra, são sempre os pobres que morrem." (Jean-Paul Sartre)
"O argumento de que seria guerra puramente de defesa, que só teria sido desencadeada depois que o Hamas violou um cessar-fogo de seis meses, já foi desmentido, não só por observadores como Jimmy Carter, o ex-presidente dos EUA que ajudou a construir a trégua, mas também por especialistas de diversos institutos e think tanks israelenses de centro-direita". ( http://www.amalgama.blog.br/01/2009/e-quem-salvara-israel-de-israel/ )

O meu altivo opositor neste debate em uma de suas postagens sobre o massacre da Palestina chamou os que não concordam com sua opinião de cegos com olhos, uma forma sutil de chamar de burro. Álias os argumentos em que se baseia não consegue convencer sequer os israelenses, haja vista que uma pesquisa de opinião pública divulgada neste fim de semana revelou que 41% dos israelenses consideram a ofensiva como desastrosa. Em relação à burrice que me assiste, diria que, de fato, a exercito neste debate.
O conceituado pesquisador e professor de Israel, Neve Gordon, disse que os foguetes do Hamas são desculpas para a invasão, afirmou ainda que a ocupação dos territórios palestinos é um grave erro e que os ataques com mísseis são a reação a essa ocupação. ( http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL944114-5602,00-FOGUETES+DO+HAMAS+SAO+DESCULPA+POLITICA+PARA+INVASAO+DIZ+PROFESSOR+ISRAELEN.html )

No que diz respeito a proporcionalidade do combate, que foi digna de um belo texto por parte do sapiente Anchieta Campos, creio que os números podem falar muito mais do que minha vã retórica. Já são 1300 palestinhos mortos contra 13 israelenses. Isso é justo? é proporcional? É proporcional e justo que o beligerante estado sionista expulse os palestinos da faixa de gaza e assente suas famílias? É justo e proporcional que as terras dos Árabes sejam reduzidas a pequenos e áridos feudos? É justo e proporcional que os palestinos necessitem da autorização para exercer o seu direito de ir e vir? É justo que um muro de 10 metros de altura separe centenas de famílias palestinas e os isolem do mundo? É justo e proporcional que a casa de uma mãe seja destruída pelo fato de o filho ser acusado de terrorismo?

O Hamas a caso é o povo palestino? O hamas é aquela criança e aquela mulher que foram mortos em uma escola da ONU no último sábado? E que Israel conhecia as coordenadas.


Ainda sobre a proporcionalidade invocada pelo brioso soldado de Israel, Anchieta Campos, gostaria de citar uma frase do Major-general Gadi Eisenkot:

"Usaremos força massiva, não proporcional, contra cada vilarejo do qual se dispare contra território de Israel; causaremos dano e destruição máximos. De nosso ponto de vista, [cada vilarejo] será considerado uma base militar. Não estou sugerindo nada. Estou falando de um plano de ataque já autorizado".


Os doutos da fé ungem Israel de autoridade divina e menosprezam quem se contrapõe a este entendimento. Mesmo que essa pessoa não defenda o grupo radical islamico apenas seja contrário à injusta ofensiva. Porém, vale deixar claro que, neste último caso, não me refiro ao meu oponente nesta batalha sem fim, Anchieta Campos, que debate no mais alto nível, aliás em um patamar bem superior ao desta desprezível eloquência.





porque a lei foi dada por intermédio de MOISÉS, a graça e a verdade vieram por meio de JESUS CRISTO , Enquanto a lei é um ministério de condenação e morte a graça é ministério de vida , porque a letra mata, mas o espírito vivifica. 2 Corintios 3:6.



“Calaram à força todas as vozes da contenção moral. Hoje, tudo é permitido” contra os palestinos, escreveu, amargurado, Gideon Levy, colunista do Haaretz.


1 comentários:

Anchieta Campos disse...

Meu nobre amigo Adriano Fontes, saudações fraternas.

O conflito (o de verdade, e não este nosso) acabou (pelo menos até o Hamas querer reiniciá-lo), e julgo por bem por um fim neste nossas constantes trocas de argumentos, as quais, como disse em uma outra oportunidade, se prolongariam de um modo sem fim, haja vista não faltar argumentos para a sua nobre e inteligente pessoa, bem como nunca faltar teimosia em minha insistente pessoa, em persistir em nadar contra a maré global.

Destaco apenas que encerro por aqui meus comentários em seu blog sob este tema não por falta de argumentos, muito menos para expor minhas razões sobre esta sua última postagem relacionada, a qual com certeza tenho inúmeras razões e fundamentos na ponta dos dedos para serem digitados, sobre cada ponto levantado pelo nobre colega, e com certeza bem mais fortes que as demais respostas, mas, como já adiantei, creio que o meu papel já fora satisfatoriamente cumprido, claro que não com o mesmo louvor a ti pertinente, mas já chegou o momento de se por um fim em nosso "litígio" amigável, visto que os frutos principais já foram colhidos por ambas as partes, então resta apenas colhê-los.

Não poderia também deixar de prestar um sucinto, mas primordial esclarecimento. Com certeza, sem sombra de dúvidas, houve um mal entendido, consumado quando o nobre amigo pensou que a minha insignificante pessoa havia se referido à sua ilustre pessoa, por ocasião de eu ter escrito em meu também insignificante blog algo relacionado aos "cegos com olhos", traduzido pelo caro amigo como uma denotação minha à burrice dos "meus opositores". Oras, de nunca que me referi à sua imponente figura, verdadeiramente andou longe disto! E também andou longe de eu me referir às pessoas que de um modo prudente se encontram chocadas com o que Gaza e os palestinos viveram nas últimas semanas, defendendo a paz e condenando, com toda a razão, a morte de inocentes palestinos. Na verdade me referi, naquela oportunidade, a pessoas que defendem, de uma maneira verdadeiramente absurda, o terrorismo praticado pelo Hamas, bem como defendem o tal grupo. Portanto, como bem já dito pelo caro amigo, o qual já disse, e não poderia ser diferente, que condena o Hamas e o terrorismo, conclui-se, por lógica e objetiva dedução, que não me referi à sua mui digna persona. Ademais, é de conhecimento público e notório a sua ímpar perspicácia, a qual, com todo o mérito, se destaca dentre as demais mentes humanas que tem a honra de cercá-lo.

Tendo me convencido a mim mesmo que já esclareci o que tinha que esclarecer, bem que já firmei o que tinha que firmar, encerro aqui a minha participação nesta série de artigos sobre este lamentável conflito que, graças a Deus, chegou ao fim (nem que tenha sido por apenas um tempo, pois não podemos fugir da dura realidade milenar daquela região). Destaco que fora para a minha humilde pessoa motivo de grande honra ser citado em vosso ilustre blog, bem como ter sido o agente central/motivador de várias postagens em vosso mui honroso espaço virtual.

Creio, piamente, que estas trocas de idéias e argumentos serviram para estreitar nossos laços de amizade e fraternidade, o que para mim com certeza é o maior fruto que logrei nestes saudáveis e honrosos embates.

Por fim, quem ganhou na prática? Ganharam os palestinos de Gaza, e os israelenses do sul de Israel, com o fim do conflito. Amém.

Forte abraço, caro amigo.

Anchieta Campos