Poesia popular

O poeta mossoroense Luiz Campos, desencantado com o espírito natalino e com as lembranças de sua infância humilde resolveu escrever uma carta a "Papai Noé".

Seu moço fui um garoto
infeliz na minha infância
que soube que fui criança
mas pela boca dos "outo"
só brinquei com gafanhoto
que achava nos tabuleiro
debaixo dos juazeiro
com minhas vaca de osso
essas catrevage, sêo moço
que se arranja sem dinheiro.

mas preguntei uma vez
aos "fio" de um "dotô"
diga fazendo um favô
quem dá isso pra vocês
me respondeu logo os três
isso aqui é o presente
que a gente é inocente
vai drumi as vezes nem nota
aí papai noé bota
perto do berço da gente

Já tô certo que você
só balança o povo seu
e um pobe que nem eu
você vê, faz qui num vê
e se você vê, porque
na minha casa num vem?
o rancho que a gente tem
é pequeno mas lhe cabe
será que vc não sabe
que pobre é gente também


Amanhã continuo com o melhor do verso de Luiz Campos.

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