Comunidades da internet incitam o ódio contra nordestinos

O Brasil é um país de proporções continentais, de rica diversidade cultural, multi-étnico e como corolário de toda essa miscigenação formou-se uma identidade cultural própria.

São Paulo reflete bem essa imensa colcha de retalhos que é esse nosso país. São Paulo é uma megalópole que acolhe todas as cores, raças e culturas que servem como fundamento à construção social daquela urbe.

Certa vez Eliane Catanhede afirmou que o PSDB é um partido de massa cheirosa( clique> ) deixando claro que existe uma massa fedorenta que não apóia o candidato de tal partido.

Esses sentimentos mesquinhos, muito embora se diga que o Brasil é um país tolerante, tem se disseminado com rapidez para tristeza das consciências lúcidas.

Eu odeio nordestino é uma das várias comunidades do orkut que incitam o ódio a este povo que só se distingue dos demais por historicamente ter sido preterido no cenário econômico nacional para o deleite da massa cheirosa que ocupava as terras mais ao sul do Equador.

Os membros da comunidade supracitada chamam os nordestinos de fedorentos, merdestinos, se excitam com o sofrimento destas pessoas seja pela seca, seja pela enchente e alguns chegam a desejar a morte destes em grandes desastres.

Tentam se esquivar da lei afirmando não tratar-se de nazismo ou racismo, mas apenas de desprezo pela cultura nordestina.

Jovens tolos, atribuem seu ódio à nossa cultura. Logo esta que tanto contribuiu para a história, para literatura, para música nacional.

Certamente imaturos por demais ainda não tiveram oportuinidade de ler Ariano Suassuna, Paulo Freire, Raquel de Queirós, Jorge Amado, João Cabral de Mello Neto, José de Alencar, Graciliano Ramos, José Lins do Rêgo, Ana Miranda, Antônio Gonçalves Dias, Gilberto Freyre, nunca ouviram falar na doce e empolgante escrita de Câmara Cascudo, tampouco conheceram as composições de Gonzaguinha, de tom Zé, de Gilberto Gil nem voz de Gal, Caetano e Maria Bethânia. Deveras não ouviram a voz grave e empolgante de Zé Ramalho e Fagner, nem conhecem os simples porém brilhantes versos de Otácilio Batista e Patativa do Assaré.

Portanto o desprezo não é pela nossa cultura que tanto contribuiu para a formação da identidade cultural brasileira, a discriminação contra nordestino faz parte de um gene arrogante e prepotente inerente à raça humana mas que se manifesta apenas nos espíritos fracassados e insolentes, como ocorreu com Hitler e o fez odiar raças que julgava inferior, o mesmo que se manifestou na África do Sul e implantou o apartheid humilhando e subjugando os negros.

O preconceito começa devagarinho quase como uma brincadeira e vai se arraigando e quando se percebe lança fogo contra o índio que dormia na rua, chuta o mendigo e cospe no bêbado, depois escraviza um povo e finalmente extermina uma nação.


Eu fico
Com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita
E é bonita...

Viver!
E não ter a vergonha
De ser feliz
Cantar e cantar e cantar
A beleza de ser
Um eterno aprendiz...

Ah meu Deus!
Eu sei, eu sei
Que a vida devia ser
Bem melhor e será
Mas isso não impede
Que eu repita
É bonita, é bonita
E é bonita...

E a vida!
E a vida o que é?
Diga lá, meu irmão
Ela é a batida
De um coração
Ela é uma doce ilusão
Hê! Hô!...

E a vida
Ela é maravilha
Ou é sofrimento?
Ela é alegria
Ou lamento?
O que é? O que é?
Meu irmão...

Há quem fale
Que a vida da gente
É um nada no mundo
É uma gota, é um tempo
Que nem dá um segundo...

Há quem fale
Que é um divino
Mistério profundo
É o sopro do criador
Numa atitude repleta de amor...

Você diz que é luxo e prazer
Ele diz que a vida é viver
Ela diz que melhor é morrer
Pois amada não é
E o verbo é sofrer...

Gonzaguinha

Viva a pluralidade

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