Seu Assis havia muito tempo trabalhava duro na Companhia de águas do estado afim de realizar seu sonho mais intenso.
Em um ensolarado dia levantara-se cedo foi ao ponto de ônibus e pegou um pau-de-arara em direção à cidade de Sousa.
Na feira do munícipio do sertão paraibano encontrou o tão almejado sonho de consumo. Durante algumas horas negociou com um cigano o valor do jipe 58, até que chegaram a um acordo e enfim seu assis adquiriu seu primeiro automóvel.
Assim seguiu glorioso o caminho de volta à sua terra em seu carro num doce balaçando que, para ele, mas parecia um balé, de tão grande o êxtase em que se encontrava.
Cruzou a ponte sobre o Rio piranhas e tão feliz nem percebera à frente a operação manzuá da polícia militar da Paraíba. De repente ouviu um silvo forte e um guarda barrigudo o obrigando a parar.
Seu assis pisou com força no pedal de freio, mas quem já ouviu falar que jipe tem freio? o carro foi parar a uns duzentos metros ou mais da blitz. O policial improbo caminhou feliz até o jipe certo de encontrar problemas suficientes para lhe render o malfadado quinhão da corrupção.
-Documento do carro?
-Tem não!
-E cadê a carta?
-E eu fiquei de escrever pro senhor?
O policial parecia não acreditar, seu Assis nem se preocupava e continuou a inquirição com intuito de alcançar o seu obscuro objetivo.
-Cadê o cinto de segurança?
-Tá segurando o bujão de gás que tem aí no motor.
Impacientou-se e provocou a última tentativa de intimidar seu Assis.
-Pois tá preso! o senhor e o carro!
-Bom demais, eu não tinha mesmo aonde dormir nem comer aqui em Sousa, agora tenho.
O policial viu que não tinha mesmo jeito e manifestou-se:
-Sabe de uma coisa? tire esse carro do meio, vá embora daqui, se suma.
-Não, né assim não, o jipe só pega no empurrão, chame os outros e descole o jipe aí.
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