Quase Morri afogado

O poeta Palacinho não perdia feira em José da penha. Depois de beber a vontade e recitar verso retornava para sua casa no sítio Baixa do Fogo.

Em um desses dias fazia muito calor e o boêmio deixou a cidade tarde da noite. Ao passar pelo açude de Gaudêncio Virgínio resolveu se refrescar antes de seguir sua cansativa viagem até o doce arrimo do lar.

No entanto a sua ebriedade atrapalhou o desempenho aquático. Por sorte do aventureiro um transeunte ouviu aos apelos de Palacinho e o salvou da grande tragédia.

No dia seguinte, recuperada as faculdades mentais do artista alguém pediu um verso sobre o incidente e Palacinho não titubeou em seu dom de improvisar:

O meu feijão não tem vargem
Meu milho não tem Pendão
A minha Televisão
Não tem som e nem imagem
Eu não acho ser vantagem
fazer da camisa um lenço
Eu Bebi que fiquei penso
Me tornei um desgraçado
Quase morri afogado
No açude de 'Gaudênço'

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