Alberto fora fazer uma visita ao compadre lá pelo sítio Paul, outrora município de Luís Gomes, ao se aproximar da porteira percebeu aquela pequena caricatura abrindo a cancela para a entrada do visitante.
Era um menino entroncado de pernas arqueadas e barriga grande, muito pequeno, apesar de todo esse desprestígio físico o menino se comportava sempre gentil e simpático, acompanhando-o durante todo o tempo que permaneceu na fazenda.
Sempre disposto estava ele, pronto para atender aos chamados dos mais velhos.
Zé da burrinha foi o primeiro a se servir dos préstimos do menino:
-Mentira!!! venha cá, pegue o carneiro e bote esse cabrecho nele.
Alberto ouviu, mas no começo não deu a devida atenção ao apelido do menino. Chico de Nestor Bezerra, seu compadre, também pedia ajuda ao moleque de vez em quando.
-Mentira, vá buscar um café pra seu Alberto.
Aquele apelido foi o tomando de curiosidade e toda vez que alguém chamava mentira mais se intensificava seu desejo de saber sobre tal alcunha. Até que não se conteve mais:
-Nestor! me diga uma coisa? porque que você chama esse menino de mentira?
-Ora seu Alberto, já reparou no tamanho desse menino?
-Já!
-Pois o senhor nunca ouviu falar que mentira tem perna curta?
1 comentários:
Mestre Adriano!
Como sempre seus "causos" trazem uma dose apurada de humor.
Mas, segundo informações repassadas por um jotapenhense nato, o epíteto "Mentira" foi atribuído ao nobre blogueiro durante a infância. Seria mera coincidência?
Forte abraço!
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