O café que na verdade era feijão

Chiquinho de Abdoral transportava café de Minas Gerais para torrefação de Louro Fontes em José da penha.

Havia pouco tempo que um novo fiscal tributário trabalhava nessa região e exercia implacavelmente a sua função se tornando, muitas vezes, até arrogante.

Um dia chiquinho se aproximava do destino final já cansado e entediado quando foi abordado pelo soberbo guarda do fisco.

A nota do produto vinha descrevendo a carga como feijão, uma maneira de minorar a tributação, mas o forte cheiro do café era inconfundível.

O fiscal não se contentou em multar a empresa e começou a oprimir o entediado caminhoneiro.

-Feijãozinho cheiroso, me convide pra comer um cozinhado.

Chiquinho já não aguentava mais o fiscal atrás dele, dizendo uma coisa ou outra.

Na hora da autuação o guarda, ainda insatisfeito, perguntou se era feijão.

- Sabe de uma coisa? isso aí é feijão sim!

O guarda riu, mas Chiquinho insistiu.

-É feijão!

O fiscal foi ficando impressionado com a convicção de Chiquinho e aí começou a teima.

-É café!

-É feijão!

Quando o servidor se levantou alterado Chiquinho puxou um revólver enfiou em um dos sacos e trouxe o cano cheio de café, mandou o fiscal abrir a mão, derramou o café e perguntou.

-É feijão ou é café?

- Rapaz esse feijão carioquinha é isento de imposto. Porque você não disse logo que era feijão? vá com Deus e a virgem Maria.

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