Despistando um cabreiro

Vicente Malazarte tinha fama de trabalhador, excelente operário, no trabalho pesado era um gigante. Por outro lado não gozava de bom conceito quando o assunto era obrigação de pagar. Não cumpria nem as promessas feitas ao padroeiro São Francisco. O Santo já pensava até em ingressar com uma ação na justiça pra receber a parte de malazarte no contrato divino.

Luizinho de Elízio, herdou do pai a padaria da cidade e a astúcia de comerciante.

Num dia de feira malazarte começara logo cedo a apreciar a danada da pinga, logo cedo findou-se o dinheiro que trazia no bolso. Ficou ancioso, com gana de continuar sua empreitada etílica, mas faltava-lhe crédito para beber fiado nas bodegas do mercado público.

Nunca enganara Luizinho e achou aquele um momento oportuno, entrou na padaria, fez pantim, esperou o momento apropriado e deu o bote.

-Seu luiz, tô precisando de um dinheiro aí, vou receber amanhã uma conta e se o senhor me emprestar eu venho pagar segunda feira bem cedinho, garanto que venho bem cedinho.

Luiz que já havia percebido a malícia de Vicente, respondeu:

-Mas vicente, isso não vai dar certo não, segunda você vai chegar muito cedo, eu só acordo tarde, você vai ficar me chamando eu não vou ouvir, sei que você vai ficar preocupado, vai dar viagem perdida, é melhor você ir pedir a Cosme que ele abre a bodega dele de cinco horas da manhã.

Foi aí que Vicente percebeu que deu a entrada errada.

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