A gagueira de Vicentinho ocasionou prejuizo a Antonio de Zeca.

Vicentinho tinha dois problemas em sua vida, um deles era a gagueira que o atormentava, o outro era a bebida que o subjugava.

Impedido de beber por imposição da sua debilitada saúde ficou ainda mais nervoso e por conseguinte mais balbo.

Na bodega de Antonio de Zeca chegou ele sorrateiro e triste com gana, mas convicto de que não podia mais beber. Como de costume reclinou-se sobre o balcão e mirou para o dono do bar com olhar suplicante.

- qui qui qui uma co co co

Antônio de Zeca fazia esforço para compreender a vontade de vicentinho que evoluía no pedido.

-Co ca co ca co co ca

Depois de algum tempo naquela peleja finalmente Antônio imagina que entendeu a solicitação do freguês. Apressa-se em atendê-lo, vai até o frezzer e busca a coca-cola mais gelada. Porém a aflição de Vicentinho se mutiplica.

-co co co ca, co co ca.

Antonio de Zeca pega o abridor de garrafa e Vicentinho começa a suar e mexer a cabeça enquanto o comerciante abria a coca-cola

-cocococococococo

Devagar aproxima o abridor do refrigerante arranca a tampa e quando o gás começa a borbulhar o liquido até fazer espuma Vicentinho faz um esforço descomunal e se liberta da palavra que estava acorrentada em sua garganta com um elevado clamor de quem não tinha dinheiro suficiente para pagar a garrafa de coca-cola:

-CO COCADA ANTONIO!!!!!

Tarde demais.

-Vai pagar! pode pagar!

Vicentinho correu e o bar que já estava abalado depois que ele deixou de beber perdeu de vez o cliente.

1 comentários:

Unknown disse...

Muito bem Adriano, já tinha lido algo parecido... Mas a pedida da vez era a farofa.

Abraço, depois de tantas más notícias, devemos nos distrair um pouco com a leitura saudável do seu blog.