Vicentinho tinha dois problemas em sua vida, um deles era a gagueira que o atormentava, o outro era a bebida que o subjugava.
Impedido de beber por imposição da sua debilitada saúde ficou ainda mais nervoso e por conseguinte mais balbo.
Na bodega de Antonio de Zeca chegou ele sorrateiro e triste com gana, mas convicto de que não podia mais beber. Como de costume reclinou-se sobre o balcão e mirou para o dono do bar com olhar suplicante.
- qui qui qui uma co co co
Antônio de Zeca fazia esforço para compreender a vontade de vicentinho que evoluía no pedido.
-Co ca co ca co co ca
Depois de algum tempo naquela peleja finalmente Antônio imagina que entendeu a solicitação do freguês. Apressa-se em atendê-lo, vai até o frezzer e busca a coca-cola mais gelada. Porém a aflição de Vicentinho se mutiplica.
-co co co ca, co co ca.
Antonio de Zeca pega o abridor de garrafa e Vicentinho começa a suar e mexer a cabeça enquanto o comerciante abria a coca-cola
-cocococococococo
Devagar aproxima o abridor do refrigerante arranca a tampa e quando o gás começa a borbulhar o liquido até fazer espuma Vicentinho faz um esforço descomunal e se liberta da palavra que estava acorrentada em sua garganta com um elevado clamor de quem não tinha dinheiro suficiente para pagar a garrafa de coca-cola:
-CO COCADA ANTONIO!!!!!
Tarde demais.
-Vai pagar! pode pagar!
Vicentinho correu e o bar que já estava abalado depois que ele deixou de beber perdeu de vez o cliente.
A gagueira de Vicentinho ocasionou prejuizo a Antonio de Zeca.
Postado por
Adriano Fontes
em quinta-feira, 8 de janeiro de 2009
1 comentários:
Muito bem Adriano, já tinha lido algo parecido... Mas a pedida da vez era a farofa.
Abraço, depois de tantas más notícias, devemos nos distrair um pouco com a leitura saudável do seu blog.
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