Ah danada!

Rozendo Fontes, foi um sujeito de personalidade rija, de conduta moral tradicional. Trabalhar lhe proporcionava prazer, nunca passava para o labor do seu roçado se não fosse transportando capim, lenha, pedra....

Do suor do seu esforço construiu um patrimônio considerável para sua época, principalmente na cidade de Marcelino Vieira.

Certa vez, um amigo e primo de Rozendo Fontes esperava sorrateiro as arribaçãs escondido na caatinga do sítio pejuaba em José da Penha, quando percebeu as fortes pisadas da elegante marcha do cavalo de Rozendo. Ao se aproximar da espera desapeou do eqüino fiel, desabotoou suas calças e começou a se aliviar em uma longa mijada.

O caçador permanceu inerte enquanto observava a cena. A força do jato da urina já diminuia e nada mais se esperava quando cessou-se o barulho proporcionado pelo toque do líquido excrementício no chão e em seguida ouviu-se várias batidas com a ponta do sapato em uma pedra. O observador atentou-se novamente e percebeu que ele expelia do seus sapatos polidos as gotas da urina que em oposição à vontade de Rozendo insistia em manchar seus calçados.

Inconformado com a situação, ainda com o falo na mão, segurou-o com força e disse para seu orgão:

-Ah danada! Quando era nova quase que tu acaba comigo, agora tá acabando é com meu sapato.

1 comentários:

Gláuber disse...

São por textos descritivos de tal elevada poetria que sempre atento estou às postagens desse relator fiel dos contos nordestinos.