Pedro Messias é um mal agradecido

Pedro Messias não gostava de ser adulado, era mais bruto do que quina de calçada, passava todo dia vendendo laranja pela rua da prefeitura onde morava dona Augusta Fernandes, mulher simples e caridosa.

Numa bela tarde quando se aproximava o crepúsculo e os moradores arrastavam suas cadeiras de fitilho para esperar a chegada do fresco vento litorâneo, Pedro Messias apontara na esquina e quando chegava perto da casa de dona Augusta, distraído, lançou-se ao chão em uma queda grosseira.

Dona Augusta levantou-se e correu para acudí-lo, chegando perto perguntou gentilmente se Pedro Messias aceitava um copo dágua. E Pedro com sua peculiar rudeza responde:

- Eu levei uma queda, num comi doce não.

Um presente bem dado

Dar um presente é um gesto de carinho que prova a intenção de amor, de conciliação. Não raro na história a união de reinados através de regalos, algumas vezes até princesas eram oferecidas para pôr fim a hostilidades entre soberanos.

O presente desarma corações e aproxima as pessoas. Nestas condições recebi de um amigo uma oferta para noite de São João. O companheiro havia me prometido umas espigas de milho e depois que eu cobrei o brinde acabei recebendo o tão esperado e saboroso cereal para assar na fogueira junina.

Envoltas em uma bela palha grossa recebi com muito gosto as cinco espigas na noite do Santo católico. Contente esperei a fogueira arder até o fogo baixar e quando comecei a descascar o milho percebi que a espiga estava madura por demais, sem possibilidade de saboreá-las assadas diretamente na fogueira como fazia quando vivia em josé da Penha na minha doce idade.

Desiludido com o regalo me lembrei do poeta Belarmino de França que recebera uma calça de presente do seu compadre Biró, certa vez Biró se encontrou com Belarmino e perguntou se a calça tinha ficado boa, com a perspicácia de poeta respondeu belarmino:

Mandei pra confecção
Que se faz roupa bem feita
E a calça ficou estreita
Me beliscando um cunhão
Não tinha nenhum botão
Pregado com segurança
Sem merecer confiança
A braguilha ficou frouxa
Descobrindo toda trouxa]
De Belarmino de França.

O capitalismo e a moral cristã

A igreja católica, não obstante algumas declarações de apreço, acusou por vezes José Saramago de marxista, como se tal doutrina contrariasse os preceitos cristãos ou a moral humanista.

Nas tábuas da lei que Moisés recebeu não constava nenhum mandamento que proibisse a cartilha marxista ou a distribuição de renda.

O que conta é que historicamente a instituição que se diz fundametada na pedra que Jesus confiou a Pedro nada mais é do que uma mutação oportunista com objetivo de preservar os últimos resquícios do império romano.

A igreja da qual falamos, em regra, sempre foi cúmplice dos poderes inescrupulosamente constituídos e ao longo de toda essa obscura trajetória histórica se posicionou quase sempre ao lado mais abastado, mais cômodo.

Jesus com sua sabedoria e educação bem que poderia ter escolhida pregar nos confortáveis palácios, porém preferiu sentar ao lado de rudes pescadores durante a ceia.

Judas vendeu Jesus por trinta moedas baseado no princípio capitalista da competitividade e acumulação de riquezas.

O livro sagrado, contrariando preceitos capitalistas diz que o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males.

E quando o capitalista perguntou a Jesus o que necessataria para obter a salvação, o mestre aliado a uma filosofia absolutamente oposta ao pensamento mercadológico disse "vendes tudo e dá aos pobres".

Comparativo pragmático

Situação do Brasil antes e depois

Risco Brasil
FHC 2.700 pontos
Lula 200 pontos

Salário Mínimo
FHC 78 dólares
Lula 210 dólares

Dólar
FHC Rs$ 3,00
Lula Rs$ 1,78

Dívida FMI
FHC Multiplicou
Lula Pagou

Indústria naval
Fhc sucateada
Lula Reconstruida

Universidades Federais Novas
FHC Nenhuma (e ainda sucateou as que existiam)
Lula 10

Extensões Universitárias
FHC Nenhuma
Lula 45

Escolas Técnicas
FHC Nenhuma
Lula 214

Valores e Reservas do Tesouro Nacional
FHC 185 Bilhões de Dólares Negativos
Lula 160 Bilhões de Dólares Positivos

Créditos financiamento/PIB
FHC 14%
Lula 34%

Estradas de Ferro
FHC Nenhuma
LUla 3 em andamento

Estradas Rodoviárias
FHC 90% danificadas
LUla 70% recuperadas

Industria Automobilística
FHC Em baixa, 20%
LUla Em alta, 30%

Crises internacionais
FHC 4, arrasando o país
Lula Nenhuma, pelas reservas acumuladas.

Taxas de Juros SELIC
FHC 27%
Lula 11%

Mobilidade Social
FHC 2 milhões de pessoas saíram da linha de pobreza
LULA 23 milhões de pessoas saíram da linha de pobreza

Empregos
FHC 780 mil
Lula 11 milhões



Mercado internacional
FHC Brasil sem crédito
Lula Brasil reconhecido como investment grade

Nóis é jeca mais é jóia

"Se farinha fosse americana
mandioca importada
banquete de bacana
era farinhada"
(Juraildes da Luz)

Desde épocas remotas que se imprimiu na cultura brasileira o desprezo pelo que é nosso, bom é o externo, numa clara consolidação da política colonialista.

Malgrado atualmente haver uma consciência melhor formada principamente a partir do governo Lula - com incentivo à industria nacional, destaque da Petrobrás na seara externa, desenvolvimento da indústria naval, fortalecimento do Brasil junto a orgãos internacionais, estreitamento das relações com outros países que não os centrais, enfim, o avanço cultural, social e economico - ainda permanece impregnado em consciências pequenas e mesquinhas que nosso país possa permanecer colônia e que devemos nos comportar como meros coadjuvantes ou simples condescendentes das potências economicas que mancham com óleo e sangue a face da terra desde o segundo quartel do século XX.

Enquanto a terra sangra desde o golfo do México até a Palestina pela ação inecrupulosa e egoísta de corações inglórios dos que imaginam dominar as paixões dos homens pela força de suas armas, emerge da parte sul do Equador o clamor dos que acreditam no diálogo e na compreensão como primeira forma de alcançar a paz.

Nessa toada, combatendo e derrotando a arrogância, a imposição e a intolerância no campo das idéias, surge um novo país com voz e vez no cenário internacional que não precisa dizer amém às decisões que sopram dos gélidos ventos do norte, tampouco subservir aos obscuros desejos do capital.