Brasileiríssima



Ponto G

Passe comigo um fim de semana
Em uma cabana presa aos meus abraços
Que até duvido que segunda-feira
Você “inda” queira dormir noutros braços.

Sinta meu gosto aqueça em meu corpo
Receba o título de minha mulher
Tornar possível o quase impossível
Só será possível se você quiser

Juro por Deus que se eu ouvir um sim
Você será por mim eternamente amada
Eu sei de muito e se eu fizer com calma
Até sua alma fica apaixonada.

Como Geólogo do seu coração
Deixe que eu deixe seu corpo sem véu
Me ponha solto num quarto trancado
Que faço um pecado que nos leva ao céu

Depois da volta da troca de afeto
No seu alfabeto eu vou do A ao Z
E ainda tem surpresa que só conto
Quando marca ponto no seu ponto G.

Os nonatos

A raiz de todos os males

A ambição de um homem pode dizer muito sobre ele, saber o desiderato almejado é conhecer muito de alguém.

O desejo quase incontrolável de alcançar a glória e de se deleitar sobre as tentações do fetiche capitalista torna o ser humano volúvel, sem virtudes, impudico, ou seja, o separa dos mais tenros princípios.

Moisés desceu do monte sinai com as tábuas da lei judaica que basilaram os preceitos que ainda fundamentam a sociedade ocidental. Nelas percebe-se uma séria preocupação em conter a ambição dos homens: Não roubar, não desejar, não cobiçar...

Os Hebreus que compilaram o mais famosos livro de preceitos morais e éticos, depois escreveram nesse mesmo livro que o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males.

Com efeito, quem põe os desejos pessoais sobre os interesses da sociedade termina por envereredar o obscuro caminho da torpeza, da imoralidade, do ultraje. Lamentável, mil vezes lamentavel.

Boca fechada...

Muitas vezes somos tentados -tal qual Eva o foi quando habitava o jardim do Éden- a comentar sobre assuntos pelos quais não dominamos.

Tal fato não ocorre apenas em blogs desavisados como esse, até mesmo colunistas renomados cometem gafes extraordinárias nos mais diversos periódicos mundo a fora.

Na arte não é diferente. Um cantador de viola foi pego de surpresa durante um festival no vizinho município de São Francisco do Oeste quando foi sorteado para versar seu repente sobre o dócil colibri.

Não seria problema para um repentista cantar sobre os segredos de uma ave tão conhecida não fosse o fato de ele não saber o significado da palavra colibri.

Quanto mais dedilhava sua viola para começar o tema mais se complicava, suado e com aspecto espantado teria que dar saída, mas não sabia o que fazer.

O público começou a perceber a se exasperar e quando tudo parecia perdido surgiu a esperada estrofe:

Imagine o colibri
no acero duma broca
fumando no seu cachimbo
sentado numa taboca
com as orelhas: baco-baco
espantando as muriçoca