Desafio de poetas

O poeta Pedro Bandeira sempre gostou de cantar acompanhado de uma boa cachaça, não dispensava uma dose entre uma trova e outra.

Raimundo Nonato, ainda muito jovem se deparou em um desafio com o conceituado poeta supra. Pedro não conheceu da ousadia de Raimundo Nonato e subestimou a capacidade do, até então, desconhecido violeiro.

No entanto o valente menino (como era chamado durante a peleja) desafiou o gigante sem hesitar. Pedro já se mostrava cansado quando Raimundo Nonato acabou com o desafio:

Canto com Pedro Bandeira
Neto de Manoel Galdino
Começou cantando grosso
Já está cantando fino
Ou por causa da cachaça
Ou com medo do menino.

O mito da geladeira

A geladeira, como hoje é conhecida, fora inventada por Charles Tellier, alcunhado de “o pai do frio”, e revolucionou a arte de conservação de produtos perecíveis por longos períodos. Todavia, além da fascinante utilidade que representa, a geladeira surgiu como um “cômodo” privativo do seu proprietário e de sua prole, sendo indigno qualquer outro ser estranho ao lar adentrar neste recinto, perscrutá-lo e conhecer as intimidades dos consortes.
Neste mister, todos os seres que adentram no lar de outrem e passam a ostentar a possibilidade de abrirem a geladeira recebem o epíteto de “é de casa”, indicando que o referido ser se abri a geladeira, pode perpetrar em todos os outros cômodos da casa, e fazer com plena liberdade outras coisas, tais como chutar o cachorro, urinar no gato, apertar o bico do periquito e afins. Nesta descrição de possibilidades dadas aos invasores, paro por aqui, pois todos podemos, um dia, encontrarmo-nos nesta situação.
Vale enfatizar que dentre os seres que propugnam suplantar o obstáculo alhures destacado, destaca-se a figura dos namorados das filhas (o inverso não acontece); estes “artistas” conseguem conquistar, sem muitas dificuldades e de cara, a insatisfação dos proprietários das geladeiras e pais das “nubentes”, pois eles (os pais e proprietários) sabem que, mais cedo ou mais tarde, a geladeira será aberta e, em sendo, todo o resto é mera conseqüência.


Este texto foi produzido pelo enclopédico Marciel Antonio de Sales que Além das qualificações que já lhes foram exaustivamente atribuidas neste blog ainda foi professor de matemática pelo estado do RN e motorista dos alunos de prática jurídica do CCJS da Universidade Federal de Campina Grande.

O coelhinho já comeu?



O coelhinho já comeu era um dos códigos utilizados por investigados na operação castelo de areia para identificar o momento em que o dinheiro entrava em alguma conta corrente.

Os, outrora "Bastiões da moralidade", como o senador José Agripino, se defendem dizendo que os motivos que levaram a PF a deflagrar a operação castelo de areia são meramente políticos.

O nosso pequeno blog faz uma humilde observação sobre a posição do coelho nesta história toda. Gostariamos de saber quem que o coelho estava comendo?

Para responder a esta questão convoco os enciclopédicos leitores deste web diário e assim chegarmos a conclusão de quem foi realmente fodido pelo coelhinho.

Filha de FHC ocupa diretoria de arquivos de Heráclito Fortes

Da coluna de Mônica Bérgamo (para assinantes):

Funcionária do Senado para cuidar "dos arquivos" do senador Heráclito Fortes (DEM-PI), Luciana Cardoso, filha do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, diz que prefere trabalhar em casa já que o Senado "é uma bagunça".

A coluna telefonou por três dias para o gabinete, mas não a encontrou. Na última tentativa, anteontem, a ligação foi transferida para a casa de Luciana, que ocupa o cargo de secretária parlamentar. Abaixo, um resumo da conversa:

FOLHA - Quais são suas atribuições no Senado?

LUCIANA CARDOSO - Eu cuido de umas coisas pessoais do senador. Coisas de campanha, organizar tudo para ele.

FOLHA - Em 2006, você estava organizando os arquivos dele.

LUCIANA - É, então, faz parte dessas coisas. Esse projeto não termina nunca. Enquanto uma pessoa dessa é política, é política. O arquivo é inacabável. É um serviço que eternamente continuará, a não ser que eu saia de lá.

FOLHA - Recebeu horas extras em janeiro, durante o recesso?

LUCIANA - Não sei te dizer se eu recebi em janeiro, se não recebi em janeiro. Normalmente, quando o gabinete recebe, eu recebo. Acho que o gabinete recebeu. Se o senador mandar, devolvo [o dinheiro]. Quem manda pra mim é o senador.

FOLHA - E qual é o seu salário?

LUCIANA - Salário de secretária parlamentar, amor! Descobre aí. Sou uma pessoa como todo mundo. Por acaso, sou filha do meu pai, não é? Talvez só tenha o sobrenome errado.

FOLHA - Cumpre horário?

LUCIANA - Trabalho mais em casa, na casa do senador. Como faço coisas particulares e aquele Senado é uma bagunça e o gabinete é mínimo, eu vou lá de vez em quando. Você já entrou no gabinete do senador? Cabe não, meu filho! É um trem mínimo e a bagunça, eterna. Trabalham lá milhões de pessoas. Mas se o senador ligar agora e falar "vem aqui", eu vou lá.

FOLHA - E o que ele te pediu nesta semana?

LUCIANA - "Cê" não acha que eu vou te contar o que eu tô fazendo pro senador! Pensa bem, que eu não nasci ontem! Preste bem atenção: se eu estou te dizendo que são coisas particulares, que eu nem faço lá porque não é pra ficar na boca de todo mundo, eu vou te contar?

Curiosidade de Alberto

Alberto fora fazer uma visita ao compadre lá pelo sítio Paul, outrora município de Luís Gomes, ao se aproximar da porteira percebeu aquela pequena caricatura abrindo a cancela para a entrada do visitante.

Era um menino entroncado de pernas arqueadas e barriga grande, muito pequeno, apesar de todo esse desprestígio físico o menino se comportava sempre gentil e simpático, acompanhando-o durante todo o tempo que permaneceu na fazenda.

Sempre disposto estava ele, pronto para atender aos chamados dos mais velhos.

Zé da burrinha foi o primeiro a se servir dos préstimos do menino:

-Mentira!!! venha cá, pegue o carneiro e bote esse cabrecho nele.

Alberto ouviu, mas no começo não deu a devida atenção ao apelido do menino. Chico de Nestor Bezerra, seu compadre, também pedia ajuda ao moleque de vez em quando.

-Mentira, vá buscar um café pra seu Alberto.

Aquele apelido foi o tomando de curiosidade e toda vez que alguém chamava mentira mais se intensificava seu desejo de saber sobre tal alcunha. Até que não se conteve mais:

-Nestor! me diga uma coisa? porque que você chama esse menino de mentira?

-Ora seu Alberto, já reparou no tamanho desse menino?

-Já!

-Pois o senhor nunca ouviu falar que mentira tem perna curta?

Jumento malfazejo

Naquela região havia um jumento velho e cansado. Quando esse jumento era jovem ficara conhecido no lugar por seu insaciável apetite sexual.

Inocêncio Gato, poeta da Varzinha, ao perceber o animal cochilando sob uma frondosa sombra tratou logo de produzir as seguintes décimas:

Na qualidade animal
Foste o agressor mais cru
Não houve mais do que tu
Quem fosse mais imoral
Correr, morder, fazer mal
Foste o maior nesta luta
A jumenta, tua puta
Só te encontra cochilando
Tua velhice está pagando
Tua peraltagem Corrupta

Quanta cópula desonesta
Foste impudico, malfazejo
De libertino desejo
Hoje estás pagando esta
Tua velhice se presta
Ser espantalho da estrada
Os outros dão funcinhada
E teu olhar de mansidão
parece pedir perdão
pela tua ciumada

Reforma ortográfica



Alunos da rede pública do estado do Espírito Santo protestam de acordo com as novas regras da reforma ortográfica.

Presidente da Câmara nega pedido de Francisco Lopes

Esta semana o presidente da Câmara Municipal de Pau dos Ferros, Manoel Florêncio, negou requerimento administrativo do servidor Francisco Lopes Torquato que foi exonerado da função de secretário da Câmara quando na verdade exercia juridicamente o cargo de assistente legislativo, cargo este criado por lei antes da Constituição Federal de 1988.

A jurisprudência tem entendido que os servidores nomeados antes da CF/88, mesmo sem prestar concurso público só podem ser afastados mediante processo administrativo.

Certamente houve o entendimento de que o cargo ocupado por Francisco Lopes seria Ad nutum , ou seja, de livre nomeação e exoneração.

O servidor, afasatado de cargo para o qual não foi nomeado peticionou o pagamento dos vencimetos dos meses de janeiro e fevereiro, o qual foi indeferido pelo Presidente da casa que carrega o seu nome.

Brasileiríssima



A sessão mais apreciada deste blog hoje está triplamente melhor.

Ser mãe é padecer no Paraíso

Não há dúvidas da importância das conquistas que as mulheres alcaçaram nos últimos tempos. Todavia isso causou uma modificação considerável no comportamento das famílias.

Antes a mulher se dedicava integralmente aos filhos lhes aplicando conceitos morais bem mais definidos, hodiernamente as crianças dedicam seu tempo à TV e ao computador e são criados por suas babás que nem sempre os observam com a presteza necessária.

Lavosier de Pedro fez as contas da dedicação de sua tenra mãe aos doze filhos que teve.

De acordo com seus cálculos, uma mãe limpa a bunda de seu filho pequeno pelo menos três vezes ao dia. Neste rítimo em um ano chega a marca de 1095 asseamentos. Considerando que essa peleja acontece até por volta dos cinco anos de idade, de um único filho a mãe dedica-se a 5475 limpadas.

A mãe de lavosier que teve 12 filhos repetiu por 65700 vezes a nobre tarefa de limpar a bunda dos filhos.

Olet? non Olet

Vespaniano, imperador romano, tributou o uso das latrinas públicas do império. Um de seus filhos reclamou do exagero arrecadatório de César.

Vespaniano mandou que lhe trouxessem uma moeda e pediu ao filho que a cheirasse e assim respondeu: Olet? pecunia non Olet. (o dinheiro não fede).

Baseada em tal princípio a administração pública cobra o tributo bastando haver o fato gerador, independentemente da origem do patrimônio do contribuinte.

Desta forma, o fato gerador do imposto de renda é a sua auferição desvinculada do motivo que levou o contribuinte a auferí-la. Por isso mesmo grande parte das operações da Polícia Federal acontece com o acompanhamento de fiscais da Receita Federal e até mesmo patrimônio oriundo de contravenções e crimes são tributados pelo Estado.

Nunca a aurora foi tão cruel

Zé já havia aflorado à maioridade, todavia, por conta do seu desalinhamento estético não desenvolvera habilidades na seara do amor.

Sua inocente fealdade manteve, até aquele dia, as garotas distante da sua gana institiva, mesmo assim resolveu arriscar e partiu com fé para o famoso Forró de Abel.

A sua esperança permanecia viva principalmente porque descobriu que no tal forró as mulheres são obrigadas a dançar com os homens, já que não lhes são cobrada a entrada. Quem desobedecer a esse princípio é convidada a deixar a festa.

Teve sua primeira decepção logo antes de começar o baile, Abel subiu em um tamborete e discursou:

-Pessoal, todo mundo sabe como é que funciona o sistema aqui. A mulher já não paga que é pra não dar fora em ninguém. Por isso quem quiser evitar sair do forró não pode negar dança.

Até aí tudo bem, o desgosto dele foi com a segunda parte da fala de Abel:

-Agora eu queria pedir a compreensão desses rapazes mais feios. Olhe pessoal procure as mais feinhas pra dançar, não fique chamando as bonitas não se não eu vou ter que passar a noite botando moça pra fora.

Aquilo doeu em seu peito, parecia que Abel direcionava aquele discurso pra ele, a tristeza abateu seu peito, mas como não tinha transporte pra ir embora perambulou pelo forró por longo tempo.

Uma hora saiu para expelir água acumulada na bexiga e encontrou-se com uma moça que ele não conseguia delinear sua aparência física, haja vista a escuridão daquela noite e depois para delírio do seu ego, estava ele enamorado daquela garota. Zé parecia levitar em brumas quão grande era o êxtase em que se encontrara.

No ermo de luz sentaram-se no parachoque de um fusca e deleitaram-se no afã de um relacionamento.

Dodô, seu amigo, que ouvira boatos que Zé havia transpostos os limites de seu deslustre e saiu em procura do companheiro. Esticava o pescoço por trás dos carros até encontrar o casal apaixonado. Admirado com o acontecimento bradou:

-Zéééééééé! arrumou uma namorada!

Dodô aproxima-se da moça pra fazer uma avaliação mais apurada da situação.

-Se eu fosse vocês eu terminava esse namoro agora, antes do sol raiar.

Zé não deu ouvidos às besteiras Dodô e continuou a aspirar o doce perfume barato impregnado no vestido da amante.

Com algum tempo ela pediu licença para ir ao banheiro, ele consentiu ao mexer em sinal positivo a cabeça. Passaram-se dez, vinte, trinta minutos.

Olhou então para o nascente e percebeu a natureza pintar o belo quadro da aurora, lembrou-se do conselho de Dodô e a sua consciência então acusou que ao abrandamento da cerração revelara aos olhos da moça o deslustre do rapaz.

Suspirou desolado sentado naquele parachoque e se despediu daquela noite utópica.

Indagações que a minha filosofia não alcança II

I-A zebra é branca com listras preta ou preta com listras branca?

II-Com o termo de Clodovil haveria partido o último homem do congresso nacional?

III-Diziam os mais antigos que o instituto do casamento se resumiria a um Cristo a mais e uma virgem a menos. Será esse adágio perdeu sua eficácia? haja vista o requisito da virgindade ter caído em desuso.

IV-Quais serão as atribuições de um diretor de anais do senado?

Meu Deus do céu



KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

Morte

A morte é uma das incógnitas que mais afligem os filosófos e poetas desde que existe civilização. Cada cultura com sua mitologia própria explica de alguma forma esse fato que ainda amedronta os corações de algumas pessoas.

Pitágoras e Platão acreditavam no fim da matéria e continuação do espírito para um julgamento futuro e por isso há quem imagine o cristianismo a partir da filosofia grega. O filosófo Francês Sartre acreditava em uma única existência, assim o nascimento é o início e a morte é o fim de tudo. Os hinduistas, espíritas e budistas acreditam que existe reencarnação ou transmigração, os primeiros, por exemplo, imaginam que um homem pode reencarnar até mesmo no corpo de um animal.

Os poetas populares sempre foram fascinados pelos segredos da morte, Patativa do Assaré não escondia seu medo encontrar-se com o termo.

Morte você é valente
O seu desgosto é profundo
Quando cheguei neste mundo
Você já matava gente
Eu guardei na minha mente
Sua força, seu vigor
porém me faça um favor
Para eu ir ao capo santo
Não me deixe sofrer tanto
morte me mate sem dor

O poeta Palacinho produziu um verso sobre a morte, exaltando aos que por ela foram levados:

Um dia pela tardinha
você matou o infeliz
Nêgo véio de mestre'assiz'
José Ferreira e chiquinha
Um grande amigo que eu tinha
Toinho de Eusébio Libano
se não foi o soberano
diga quem foi que 'mandô'
você matar Zé popô
e o véio Chico Adriano

Antônio de Bisé deixou registrado dias antes de morrer a seguinte poesia

Percorri todo país
atrás da felicidade
mas só vi desigualdade
eu preciso ser feliz
não fui eu quem assim quis
em toda minha missão
quero em outra encarnação
quando um dia acontecer
espero quando eu morrer
Deus me dê a Salvação

Sofrer sem desvanecer





Considerai uma grande alegria, meus irmãos, quando tiverdes de passar por diversas provações, pois sabeis que a prova da fé produz em vós a constância. Ora a constância deve levar a uma obra perfeita. (Tiago 1:2,4)

Aos meus colegas de calvário dedico essa postagem.

O sofrimento não pode ser em vão. Há um adágio que afirma que depois da tempestade vem a bonança.

Jó em um só dia perdeu todas as suas posses, foi acometido de uma grave enfermidade e perambulou pelas ruas com a indiferença; Jeremias foi preso; Paulo com sua fé inabalável sofreu desmedidamente; João Batista foi decapitado; José do Egito foi menosprezado, preso e torturado; o próprio Jesus rogou em seu martírio por um alívio.

Sem desvanecer na fé continuais, pois a vitória vem devagarinho gemendo e chorando.

A fabulosa mansão





Por Miguezim de Princesa (poeta)

I
Por mais que a gente procure,
Seja no ar ou no chão,
Ninguém encontra a receita
De tostão virar milhão.
Abençoado do Céu,
O famoso Agaciel
Adquiriu uma mansão.

II
Ganhando R$ 18 mil
Na Direção do Senado,
Ele fez economia,
Veja só o resultado:
Nunca gastou o salário
E tornou-se milionário
Por viver sacrificado.

III
Coitado do Agaciel:
Nunca foi a restaurante,
Seus ternos são da Colombo,
Seu carro é uma Variant
E,no dia que quer gastar,
Come é carne de jabá
Na feira do Bandeirante.


V
Possui ponte fixa-móvel
E meia chapa completa,
Compra shampoo de babosa,
Passeia de bicicleta
Comprada em segunda mão
Lá na feira do Varjão
Da prima de Dona Neta.

VI
Quando a esposa reclama
Que está passando mal,
Nunca mais comeram fora
Etc e coisa e tal,
Ele se irrita com a dona
E bota logo uma mesona
Bem no centro do quintal.

VII
Trinta anos trabalhando,
Juntando níquel pra feira,
Comendo calango assado,
Balaiada de fateira,
O homem virou barão
E comprou uma mansão
Pra aliviar a canseira.

VIII
Crucificam Agaciel,
Eu não sei por que razão!
Foi numa máquina Olivetti,
Amolegando o dedão,
Ajeitando senador,
Que Agaciel juntou
Dinheiro com as duas mãos..

IX
Quando comprou a mansão
No Lago Paranoá,
Parecia até um
sonho
(Não quis nem acreditar).
Com receio do povão,
Botou no nome do irmão
Pra ninguém desconfiar.

X
Por ordem de Zé Sarney,
Pediu exoneração.
Deixa o povo esculhambar,
Não lembram do Mensalão?
Cabra fica esculhambado,
Cingido e descachimbado,
Mas não perde o patacão.

Nostalgia

André Leite, sujeito sério, trabalhador em demasia, homem benquisto em José da Penha, mas não perdia uma piada, tinha um genro popularmente chamado de João da Velha, homem simples, sempre entusiasmado com o progresso que se avizinhava. Certo dia João chegou da feira de Marcelino Vieira com uma grande novidade para o senhor André Leite, ouvira comentários no mercado daquela cidade de que logo chegaria energia elétrica gerada na usina de Paulo Afonso, sequer cumprimentou aos outros, correu direto em direção ao sogro e antes de um bom dia saiu-se com essa:

- Seu André já ouviu falar em Paulo Afonso?

- Ouvi sim João! Respondeu calmamente André Leite.

- Que coisa medonha seu André! O senhor acredita que tem uns postes que carece um caminhão pra transportar cada um parafuso?

O silêncio foi total, seu André baixou a cabeça e não disse mais nada. João da Velha ficou incomodado com a falta de resposta e se apressou.

- Heim, heim?

- Né nada não João. É que eu estou aqui a imaginar como é que vão trazer a chave pra apertar esse parafuso. Respondeu André sem pestanejar.

Indagações que minha filosofia não alcança



Será que é a fêmea que contrai ou o macho que dilata?

Uma história contada por Papai.

Depois de algum tempo hibernando o autor do texto abaixo reaparece com intensidade nas páginas deste diário com duas publicações em apenas uma semana. Diante da maestria com que conduz a escrita valoriza de forma imensurável este desprezível blog. Destarte atentai-vos ao conto:

Sentindo a saudade fazer morada no meu peito resolvi ir visitar meus pais. O cheiro de meu pai, perfumado com impregnação do forte cheiro do cigarro de palha, é como espinafre, refrigera a alma e faz o espírito sossegar. Os afagos de minha mamãe tornam-me mais forte e sóbrio para diligenciar as contingências impostas pela vida.
Pois bem, durante a noite sentamos na calçada da casa olhando para a rua e contemplando a movimentação, que por sinal é pouca e não há nada de inovador. Em meio ao debate que versava sobre todos os assuntos, principalmente sobre o inverno, resolvi falar-lhes sobre Adriano Fontes, homem de fortes emoções e puros sentimentos, que dentre tantas e variadas atividades que exercer dedica-se também ao conto de casos. Após descrever a personalidade do amigo, irmão e confidente, que demorou mais de meia hora, pois o currículo é extenso, fui subitamente interrompido pela voz grave do meu pai:
- Após diga a Adriano que mandei contar-lhe esse caso verídico que ocorreu lá em Caraúbas com um parente nosso, mais precisamente no Sitio Santo Antonio, quando o dito sujeito empreendera uma caçada para desafogar a fome dos filhos, que não podiam comer carne que era semana santa e, principalmente, pelo fato de não possuírem tal mantimento em casa.
Largou-se no comentário:
- Ao sair de casa para caçada, a mulher o alertou que seria semana santa e isso poderia ser um agravante nessa empreitada. Todavia Zé da Oiticica, como era conhecido, retrucou dizendo que Deus é pai e não levaria em conta tal ofensa face ao infortúnio vivido por eles.
Ao caminhar na mata por alguns quilômetros, Zé deu de cara uma um veado grande e gordo, carnudo o suficiente para a aplacar a fome da família por um lapso de umas duas semanas. Preparou a espingarda, calibrou, mirou e visualizou o alvo, quase caiu do susto. Abaixou, olhou, constatou que era um veado. Repetiu a cena anterior, quase caiu, apavorou-se. Levantou os olhos que estavam no chão, fitou, concluiu que era um veado. Recobrou o ânimo, pensou nos filhos, sentiu fome, mirou, desesperou-se, chorou, não atirou, voltou pra casa, contou a história, nunca mais falou, a mulher espalhou a conversa, papai soube, mim disse, contei pra você.
“O veado transformava-se, quando na mira da espingarda, numa linda mulher”.

Marciel Antônio de Sales é cidadão patuense por méritos, prefeitável da cidade de Grossos, nascido em Caraúbas sob as benção de São Sebastião, andarilho das noites enluaradas do sertão, filho de Brasilino, testemunha de um caso do além lá pelas bandas de Olho dagua dos Borges, fiscal das rodovias que ligam Pau dos Ferros a Pombal, palestrante internacional com inicialização em Catolé do Rocha PB.

Problemas para um imperador Romano

O imperador romano, por muito tempo, exerceu um poder absoluto com influência, inclusive, na esfera privada dos cidadãos de Roma. Até mesmo os casos mais particulares eram levados à jurisdição de César.

Não sei se por influência desta cultura, mas as pequenas cidades do interior ainda conservam resquícios semelhantes.

Recentemente conheci sobre o caso de um prefeito que foi chamado para reatar um casamento.

Quando Zeca de Evaristo exercia a árdua tarefa de administrar José da Penha era convocado a extrapolar os limites de sua competência e atuar também no plano particular.

Num tranquilo dia do ano de 1977, antes mesmo da natureza concluir a mágica aurora sertaneja o prefeito foi surpreendido com um chamado urgente sem que tenha ao menos findado seu descanso diário.

-Seu Zeca! Joaquim do Carro Quebrado tá chamando o senhor.

-Mas rapaz, é muito cedo, eu nem me levantei ainda.

- É melhor o senhor atender, o homem tá desesperado, chora que nem menino.

O prefeito se preocupou em saber que um senhor tão sério e respeitado estava passando por uma situação tão triste e foi atendê-lo.

Quando chegou, Joaquim já havia tomado três copos de garapa de açucar, estava mais sossegado, apenas soluçando.

- Bom dia seu Joaquim, em que posso ajudá-lo?

Essa interrogação foi suficiente para seu Joaquim abrir o berreiro e em um choro descomunal desabafar seu problema.

- É que minha "muié" não para de me chamar de cara soiiiimmm...

-Vixe! que problema difícil seu Zeca. Disse com ironia o assessor.

Seu Zeca apenas riu e no seu consciente associou a imagem caricatural de Joaquim com a do simpático animal da caatinga e seu pensamento concluiu: não é que ela tem razão!

E esse problema nunca foi solucionado.

Coisas de Fera...

Desprovido de orientação profissional, sem saber que carreira seguir, dediquei-me a experimentar alguns cursos superiores, tais como Engenharia Civil, Agronômica e Contabilidade. Numa desta empreitadas, por sinal a primeira, com todo o resquício da ferrologia, fui aprovado no curso de Engenharia Agronômica (acho que foi o nome que mim fez fazer vestibular para tal ciência), e comecei a freqüentar as aulas na antiga ESAM, hoje UFERSA, em Mossoró.

No inicio das aulas via os colegas vestindo aquelas camisas com o brasão do curso e o nome “Engenharia Agronômica”, o que mim levou, impelido pela sede de igualar-me as mais experientes, a indagar a um colega: onde posso comprar a camisa da farda? O colega, tão fera (lá chamava calouro) como eu, respondeu na bucha: - No CA de Agronomia. Por sinal, vale destacar, que achei até estranho (nunca tinha escutado), “CA de Agronomia”, pensei que era uma doença que molestava o curso ou coisa afim.

Pois bem, fui a procura do tal CA, e o pior foi que encontrei, para minha desgracenssa, como diria os outros matutos; chegando lá, encontrei um pessoal, algumas pessoas, acredito que uns seis a sete estudantes, que de pronto os indaguei, indistintamente, pois queria ouvir a resposta, fosse de quem fosse.

- É aqui que estão vendendo as camisas da farda?

Escutei, uma sonora gargalhada coletiva, silenciada, após alguns segundos, pela perguntou de um deles (acho que ele teve pena de mim).

- Você é um desses calouros?

Em reconhecimento a minha inferioridade, neste mister, respondi retrucando: - Sou e não quero mais a camisa.

A partir de então, entendi que todo começo é difícil, como disse Jó (livro de Jó, Cap. 8:7): “ninguém despreze o seu pequeno princípio, pois o fim crescerá extremamente”. Deste modo, solidarizo-me aos feras, calouros e afins, dizendo-lhes que todos um dia fomos feras, e um dia, seremos veteranos, com algumas exceções, para não contrariar a lei da natureza.

Marciel Antonio de sales é contabilista, servidor público Federal, acadêmico do curso de direito da UFCG, Ufologista, crítico de culinária chinesa e apreciador de escondidinho de carne de sol acompanhado de caipirinha com canudo.

Brasileiríssima




Numa Guerra de Gregos e troianos
Por Helena mulher de Menelau
Conta a história que um Cavalo de Pau
Terminava uma guerra de dez anos
Menelau o maior dos Espartanos
Venceu Paris o grande sedutor
Humilhando a familia de Heitor
Em defesa da honra caprichosa
Mulher nova, bonita e carinhosa
Faz o homem gemer se sentir dor

Pense Nisso

"Esta noite 200 milhões de crianças dormirão na rua em todo o mundo, nenhuma delas é cubana". Frase afixada próximo ao aeroporto de Havana.

Quase Morri afogado

O poeta Palacinho não perdia feira em José da penha. Depois de beber a vontade e recitar verso retornava para sua casa no sítio Baixa do Fogo.

Em um desses dias fazia muito calor e o boêmio deixou a cidade tarde da noite. Ao passar pelo açude de Gaudêncio Virgínio resolveu se refrescar antes de seguir sua cansativa viagem até o doce arrimo do lar.

No entanto a sua ebriedade atrapalhou o desempenho aquático. Por sorte do aventureiro um transeunte ouviu aos apelos de Palacinho e o salvou da grande tragédia.

No dia seguinte, recuperada as faculdades mentais do artista alguém pediu um verso sobre o incidente e Palacinho não titubeou em seu dom de improvisar:

O meu feijão não tem vargem
Meu milho não tem Pendão
A minha Televisão
Não tem som e nem imagem
Eu não acho ser vantagem
fazer da camisa um lenço
Eu Bebi que fiquei penso
Me tornei um desgraçado
Quase morri afogado
No açude de 'Gaudênço'

Pêo 6 o nome que não deu certo

Durante os embalos da jovem guarda um grupo de seis amigos resolveu criar um conjunto musical em uma tranquila cidade provinciana.

Passaram algum tempo discutindo um nome para a banda que tocava Roberto Carlos, Jerry Adriani, Roni Von...

Um dos integrantes teve a idéia de homenagear o vocalista que atendia pela alcunha de Pêo, o mais conhecido entre os jovens músicos.

A banda fez algumas apresentações na sua cidade até que um dia foram à comunidade Boa vista na divisa entre Marcelino Vieira e José da Penha, lugar onde viviam os pais de Pêo para tocar numa festa.

Os rapazes chegaram cedo para dar tempo de visitar a familia de Pêo e grande foi a alegria até a matriarca perguntar o nome da banda.

-A banda se chama Pêo 6 dona Francisca.

-Meu filho, esse nome não vai ajudar não.

Valmir, um dos membros do conjunto e autor da idéia que deu nome ao grupo insistiu.

-Mas dona Francisca é uma homenagem a seu filho já que as pessoas acham que ele tem talento.

-Mas menino. Quando Pêo era um nenenzinho toda vida que ele cagava na roupa dizia: Mãe, Pêo!

Depois disso o, então, promissor grupo musical passou a ser conhecido como os seis bostas. Não se sabe se por causa do novo nome,mas o certo é que o grupo sucumbiu.

difícil diferença

Millôr Fernandes lançou um desafio através de uma pergunta:

Qual a diferença entre Político e Ladrão ?

Chamou a atenção a resposta de um leitor:

Caro Millôr , após longa pesquisa cheguei a esta conclusão:
a diferença entre o ladrão e o político é que um eu escolho, o outro me escolhe. Estou certo?
Fábio Viltrakis, Santos-SP.

Eis a réplica do Millôr:

Puxa, Viltrakis, você é um gênio..
Foi o único que conseguiu achar uma diferença!
Parabéns!!

Bem interessante não?

fonte: www.uhull.com.br

O Ócio



“Acho que as pessoas trabalham demais hoje em dia”, frase dita pela primeira vez em 1935 pelo filósofo Betrand Russel, traduz perfeitamente o meu sentimento em relação às sociedades contemporâneas, ditas civilizadas. À medida que o homem deixou de trabalhar para viver e passou a viver para trabalhar, houve uma queda exorbitanete da capacidade criativa do indivíduo, que, hoje, não é mais livre para fazer coisas de que realmente goste. Por que isso acontece? Imagino a obviedade desta resposta, nos dias de hoje. O modelo político regente é como uma bota sobre as nossas cabeças. Mas não é meu desígnio, aqui, fazer bravata contra um ou outro modelo de Estado, tampouco idealizar uma política libertária, que nos vá amparar.

O ócio atualmente é visto com maus olhos, como vadiação, mediocridade e, principalmente, como sinal de miséria. Esquece-se, porém, da importância da despreocupação e da diversão na educação de um jovem, por exemplo, ou de como o ócio foi (e é ) essencial à literatura e à filosofia. Imagine-se Sócrates e Platão operários numa sociedade capitalista, com jornadas de 8 a 12 horas diárias, e dê adeus à filosofia de séculos. Aqui, gostaria de ressaltar um ponto crucial ao entendimento do meu texto. Quando os pensadores gregos, após anos de dedicação, finalmente conceberam suas obras, eles pensavam em angariar algum tipo de lucro? Não. Esse pensamento de que de que o trabalho lucrativo é o principal objetivo da vida é um erro, e Russel nos alerta sobre isso:

A idéia de que as atividades desejáveis são aqueleas que dão lucro constitui uma completa inversão da ordem das coisas.

Esta visão não tem o objetivo utópico de eliminar o trabalho, mas fazer pensar uma reestruturação, baseada nas possibilidades abertas pelos modernos métodos de produção. O “conhecimento inútil” é o objetivo do ócio, e mais pessoas deveriam ter a chance de praticá-lo. Diz a história: o viajante que, ao ver doze mendigos deitados ao sol, em Nápoles, disse que queria dar uma lira ao mais preguiçoso. Onze se levantaram para disputá-la, e então o viajante a deu ao décimo segundo. Foi uma decisão acertada.



Fonte: http://eddcaulfield.wordpress.com/2006/11/15/o-elogio-ao-ocio/

Além do Horizonte

Não sei o que está acontecendo com o coração das pessoas, é duro perceber tanto terror, iniquidade e delinquência nos noticiários brasileiros, principalmente quando se trata de violência contra crianças.

Enquanto passa a caravana da vida cruenta sonhamos com Roberto carlos em sua poesia além do horizonte.

Além do Horizonte
Existe um lugar
Bonito e tranquilo
Pra gente se amar...

Além do horizonte deve ter
algum lugar bonito
Pra viver em paz
Onde eu possa encontrar
A natureza
Alegria e felicidade
Com certeza...

Lá nesse lugar
O amanhecer é lindo
Com flores festejando
Mais um dia que vem vindo...

Onde a gente pode
Se deitar no campo
Se amar na relva
Escutando o canto
Dos pássaros...

Aproveitar a tarde
Sem pensar na vida
Andar despreocupado
Sem saber a hora
De voltar...

Bronzear o corpo
Todo sem censura
Gozar a liberdade
De uma vida
Sem frescura...

Se você não vem comigo
Nada disso tem valor
De que vale
O paraíso sem o amor...

Se você não vem comigo
Tudo isso vai ficar
No horizonte esperando
Por nós dois...

Além do horizonte
Existe um lugar
Bonito e tranqüilo
Pra gente se amar...

Se você não vem comigo
Nada disso tem valor
De que vale
O paraíso sem amor...

Se você não vem comigo
Tudo isso vai ficar
No horizonte esperando
Por nós dois...

Além do horizonte
Existe um lugar
Bonito e tranqüilo
Pra gente se amar....

Padre Pedro visita José da Penha



Na minha adolescência conheci, mesmo que despretenciosamente, a teologia da libertação através do Padre Italiano Pietro Lapo que devido a dificuldade do modesto sertanejo em pronunciar seu nome ficou conhecido como Padre Pedro.

Sua combatividade, seu espírito forte e solidário, além de outros fatores foram papel decisivo na formação da minha opinião política.

Foi difícil de compreender o método daquele Padre, no ínicio não fazia sentido as missas com representações da nossa realidade; Os folhetos sob o título "como posso me calar", nos era estranho. Custou muito até a população de José da penha compreender o desiderato da filosofia do sacerdote.

Hoje, até mesmo os que combateram Padre Pedro reconhecem sua importância na história daquele município, sua preocupação com as injustiças, sua solidariedade e principalmente sua luta incessante em defesa dos humilhados.

Padre Pedro hoje está mais comedido,barba feita, cabelos brancos, porém ficará para sempre conhecido nos corações dos sensatos pela sua coragem de lutar.

Obrigado Pietro Lapo, por vir de tão longe, por deixar o conforto do teu país e dos teus familiares para chorar por aqueles que sofrem, para sofrer pelo filho de quem te recusou, para ser perseguido por quem te ignora nestas áridas e remotas terras brasileiras.

O filho de Chupa Bigode é Caxeiro de Lolô.

O Velho Chico Turbano tinha por mania fungar de tal maneira que ganhou o apelido de chupa bigode. De olho no crescimento do comércio nos tempos áureos do algodão jpenhense, Chico envereda pelos caminhos do comércio.

O filho do velho Turbano é promovido a gerente da loja de móveis de Lolô. Diante da derrocada sofrida pelo empreendimento empresarial, o Poeta Dudé inspirou-se para comentar em verso a ascenção do rebento e a falência do pai.

O velho Chico Turbano
Botou ali um café
Dizendo que tinha fé
De enricar dentro de um ano
Comprou um metro de pano
Pra fazer um coador
De tanto torcer 'rasgô'
Só negocia quem pode
o 'fi' de Chupa Bigode
É caxeiro de Lolô

Argentiníssima



Uma imagem vale mais do que mil palavras.